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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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452 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

Saul. Outros o consi<strong>de</strong>ram, neste termo, como que apontando para<br />

sua <strong>de</strong>generação como filhos <strong>de</strong> Abraão; e é verda<strong>de</strong> que os ju<strong>de</strong>us<br />

são reiteradamente estigmatizados pelos profetas sob esta forma <strong>de</strong><br />

expressão, quando se excluíram da Igreja <strong>de</strong> Deus através <strong>de</strong> <strong>de</strong>sregramento<br />

ou impieda<strong>de</strong>. Nesta passagem, porém, ele parece ser usado<br />

num sentido diferente. Visto que mesmo os inimigos costumam, até<br />

certo ponto, respeitar os laços <strong>de</strong> parentesco e afinida<strong>de</strong>, Davi estaria<br />

a nos realçar a monstruosa <strong>de</strong>sumanida<strong>de</strong> dos homens que ora o cercavam,<br />

pelo fato <strong>de</strong> que o assaltavam como estranhos, como pessoas<br />

que nunca o haviam conhecido, ou como se houvesse ele nascido em<br />

alguma distante parte do mundo. Ele os <strong>de</strong>nomina, os terríveis, 2 não os<br />

po<strong>de</strong>rosos ou portentosos, como alguns têm traduzido a palavra; pois<br />

isso frustra o significado pretendido por Davi, o qual era que estavam<br />

privados <strong>de</strong> toda humanida<strong>de</strong> e prontos a dilacerá-lo como se fossem<br />

feras selvagens. Daí o temor com que ele recorre à proteção divina.<br />

E acrescenta que procuravam por sua alma, para <strong>de</strong>notar que nada<br />

contentaria sua insaciável cruelda<strong>de</strong> senão sua vida. E para melhor<br />

expressar a irrefreada natureza <strong>de</strong> sua fúria, ele nos conta que não<br />

tinham o menor respeito por Deus. A única coisa que se po<strong>de</strong> supor,<br />

em tais circunstâncias, e agir como um restringente sobre suas mentes,<br />

era a consi<strong>de</strong>ração <strong>de</strong> haver um Juiz no céu diante <strong>de</strong> quem eram<br />

responsáveis por sua conduta; e ser insensível a isso, que mo<strong>de</strong>ração<br />

po<strong>de</strong>ria esperar <strong>de</strong>les?<br />

[vv. 4-7]<br />

Eis que Deus é meu ajudador; o Senhor está com aqueles que sustêm minha<br />

alma. Ele recompensará a meus inimigos com o mal; <strong>de</strong>strói-os em tua<br />

verda<strong>de</strong>. Eu voluntariamente te oferecerei sacrifício; louvarei teu nome, ó<br />

Deus, porque é bom! Pois me tem livrado <strong>de</strong> toda angústia; e meus olhos<br />

olharam para meus adversários. 3<br />

2 Ainsworth traduz assim: “Aterrorizantes déspotas.” “Terríveis consternadores”, como Saul e<br />

seu séquito, cujo terror assombrava a muitos. Veja-se Salmo 10.18.”<br />

3 Os tradutores <strong>de</strong> nossa Bíblia Inglesa presumiram haver aqui uma elipse; e daí completaram com<br />

“meu <strong>de</strong>sejo”. Calvino, em sua tradução do versículo, não faz nenhum suplemento, mas o subenten<strong>de</strong><br />

num sentido similar: “Meus olhos têm visto o castigo <strong>de</strong> meus adversários”; assim como se diz no

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