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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 48 • 347<br />

exército subitamente <strong>de</strong>snorteado e frustrado ante a firme expectativa<br />

que nutriam <strong>de</strong> que se tornariam senhores da cida<strong>de</strong>. Daí o profeta<br />

Isaías [7.4] ironicamente os chamar “tições fumegantes”, visto que<br />

eram, por assim dizer, tochas ar<strong>de</strong>ntes para incendiar e consumir pelo<br />

fogo todo o país da Judéia. Tampouco foi a <strong>de</strong>struição do incontável<br />

exército <strong>de</strong> Senaqueribe, numa só noite e através <strong>de</strong> um anjo, sem a<br />

intervenção <strong>de</strong> agência humana, um milagre menos estupendo [2Rs<br />

19.36]. De modo semelhante, quando o rei da Etiópia reuniu um exército<br />

<strong>de</strong> um milhão <strong>de</strong> soldados, veio e sitiou Jerusalém, a <strong>de</strong>struição <strong>de</strong><br />

tão numeroso exército foi um memorável exemplo do po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Deus<br />

[2Cr 14.9]. Mas qualquer que tenha sido a ocasião em que este Salmo<br />

foi composto, o escritor sacro nos informa que os ju<strong>de</strong>us <strong>de</strong>scobriram<br />

pela própria experiência que Deus era o guardião e protetor da cida<strong>de</strong><br />

santa, quando ele se opôs ao po<strong>de</strong>r invencível <strong>de</strong> seus inimigos. Ele<br />

começa <strong>de</strong>clarando que os reis se congregaram. Com estas palavras<br />

ele notifica que haviam se confe<strong>de</strong>rado e conspirado juntos <strong>de</strong>struir<br />

a Igreja. A expressão, e juntos <strong>de</strong>sapareceram, po<strong>de</strong> ser explicada <strong>de</strong><br />

duas maneiras: ou significando que os exércitos, ao se congregarem,<br />

foram reduzidos a nada, ou que empreen<strong>de</strong>ram juntos, em mútuo consentimento,<br />

a expedição, como se marchassem em or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> batalha.<br />

Este segundo sentido parece-me ser o mais a<strong>de</strong>quado ao escopo da<br />

passagem; pois se segue imediatamente, no quinto versículo, que foram<br />

tomados <strong>de</strong> espanto ao olharem para a cida<strong>de</strong>; e no entanto não haverá<br />

qualquer improprieda<strong>de</strong> em compreen<strong>de</strong>r-se este versículo como acrescido<br />

à guisa <strong>de</strong> ampliação. Uma vez, porém, que ele afeta muito pouco a<br />

substância da passagem qual das duas interpretações se adote, <strong>de</strong>ixo ao<br />

leitor <strong>de</strong>cidir qual <strong>de</strong>las ele consi<strong>de</strong>ra mais apropriada. Quando o salmista<br />

diz à vista da cida<strong>de</strong> ficaram maravilhados – ficaram amedrontados –<br />

fugiram precipitadamente – e foram apo<strong>de</strong>rados com dores como a<br />

parturiente –, ele junta muitas e variadas expressões como possíveis, a<br />

fim <strong>de</strong> apresentar a gran<strong>de</strong>za do milagre divino operado no <strong>de</strong>stroçamento<br />

<strong>de</strong> tão numeroso e formidável exército. A linguagem po<strong>de</strong> ser resolvida<br />

assim: Assim que viram a cida<strong>de</strong>, se maravilharam.

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