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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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398 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

mediante os rudimentos da cerimônia, enquanto nos estendia uma<br />

forma simples <strong>de</strong> culto que atingiu uma época <strong>de</strong> mais maturida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a vinda <strong>de</strong> Cristo. Não há propriamente nenhuma alteração. A<br />

idéia entretida pelos maniqueus, <strong>de</strong> que a mudança <strong>de</strong> dispensação<br />

inferia uma mudança no próprio Deus, era tão absurda como chegar a<br />

uma conclusão similar em relação às alterações periódicas das estações.<br />

Estes ritos externos são, portanto, em si mesmos, <strong>de</strong> nenhuma<br />

importância, e mantê-los só até ao ponto em que nos são úteis na<br />

confirmação <strong>de</strong> nossa fé, <strong>de</strong> modo que po<strong>de</strong>mos invocar o nome do<br />

Senhor com um coração puro. O salmista, pois, com razão <strong>de</strong>nuncia<br />

os hipócritas que se gloriavam em suas ostentosas liturgias, e <strong>de</strong>clara<br />

que as observavam em vão. É possível que ocorra a alguns que, como<br />

os sacrifícios sustentavam um lugar necessário sob [o regime <strong>de</strong>] a lei,<br />

não podiam ser indiscriminadamente negligenciados pelo adorador<br />

ju<strong>de</strong>u; mas atentando para o escopo do salmista, po<strong>de</strong>mos facilmente<br />

<strong>de</strong>scobrir que ele não propunha anulá-los enquanto fossem auxílios<br />

para a pieda<strong>de</strong>, mas corrigir aquela visão errônea <strong>de</strong>les, a qual estava<br />

carregada da mais profunda injúria à religião.<br />

No versículo 15 temos primeiramente uma injunção à oração, então<br />

uma promessa <strong>de</strong> ser a mesma respondida e a seguir um chamado<br />

à ação <strong>de</strong> graça. Somos compelidos a orar no dia da angústia, mas não<br />

com a compreensão <strong>de</strong> que só então <strong>de</strong>vemos orar, pois a oração é<br />

um <strong>de</strong>ver compulsório <strong>de</strong> todos os dias e <strong>de</strong> todos os momentos <strong>de</strong><br />

nossa vida. Já que nossa situação nunca é tão confortável e isenta <strong>de</strong><br />

inquietu<strong>de</strong>, não <strong>de</strong>vemos cessar nunca <strong>de</strong> engajar-nos no exercício da<br />

súplica, lembrando-nos que, se Deus subtraísse seu favor por um momento<br />

sequer, estaríamos arruinados. Na aflição, contudo, nossa fé é<br />

mais severamente testada, e há uma razão plausível para especificar<br />

um tempo <strong>de</strong> orar. O profeta aponta para Deus como o único recurso<br />

e meio <strong>de</strong> segurança no dia <strong>de</strong> nossa premente necessida<strong>de</strong>. Junta-se<br />

uma promessa com o fim <strong>de</strong> nos animar no <strong>de</strong>ver, predispostos como<br />

somos em <strong>de</strong>ixar-nos esmagar por um senso da majesta<strong>de</strong> divina ou<br />

<strong>de</strong> nossa própria indignida<strong>de</strong>. Em seguida junta-se a gratidão, em

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