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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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524 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

daquela insolência que os arrebatava com terrível soberba e linguagem<br />

injuriosa, e <strong>de</strong> uma maneira tão impu<strong>de</strong>nte com o fim <strong>de</strong> oprimir o<br />

inocente. Ele, pois, especifica o pecado <strong>de</strong> seus lábios, acrescentando:<br />

e falem <strong>de</strong> maldição e falsida<strong>de</strong>. Com isso ele quer dizer que sua boca<br />

estava continuamente cheia <strong>de</strong> horríveis imprecações, e que estavam<br />

totalmente acostumados a enganar e a caluniar. Confun<strong>de</strong>m a intenção<br />

<strong>de</strong> Davi aqueles que dão um sentido passivo à palavra que traduzi por<br />

falar, e o enten<strong>de</strong>m como se dissesse que os perversos seriam tidos na<br />

conta <strong>de</strong> exemplos da vingança divina, sendo escritas sobre eles suas<br />

claras e notórias marcas.<br />

[vv. 13-17]<br />

Consome-os em tua ira, consome-os para que não existam, e para que os<br />

confins da terra saibam que Deus governa em Jacó. Selah. E à tar<strong>de</strong> eles<br />

voltarão; darão ganidos como cães e darão voltas na cida<strong>de</strong>. Subirão e<br />

<strong>de</strong>scerão para comer; 11 se não se saciarem, 12 buscarão alojamento para<br />

passarem a noite. Eu, porém, cantarei o teu po<strong>de</strong>r; <strong>de</strong> manhã 13 louvarei a<br />

tua misericórdia; pois tens sido minha fortaleza e meu refúgio no dia <strong>de</strong> minha<br />

tribulação. Minha força está em ti, cantarei salmos; pois Deus é minha<br />

<strong>de</strong>fesa, o Deus <strong>de</strong> minha misericórdia.<br />

11 “A tradução literal, comer, isto é, <strong>de</strong>vorar, po<strong>de</strong> ser a melhor.” – Arcebispo Secker. À luz da<br />

gran<strong>de</strong> atenção que é dada à pureza externa no Oriente, e conseqüentemente aos cães como sendo<br />

imundos, como eram pelos ju<strong>de</strong>us sob o regime da lei, os habitantes não os permitiam em suas<br />

casas, e mesmo evitavam cuidadosamente tocá-los em suas ruas, do contrário se consi<strong>de</strong>rariam<br />

contaminados. Mas ainda que ali eles não eram domesticados como fazemos, os cães são encontrados<br />

em gran<strong>de</strong>s matilhas pelas ruas. Não eram presos por qualquer pessoa ou família em particular,<br />

nem consi<strong>de</strong>rados proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> alguém; e embora não fosse incomum para alguns dos<br />

habitantes, por motivo <strong>de</strong> superstição, dar dinheiro semanal ou mensalmente aos açougueiros e<br />

pa<strong>de</strong>iros para alimentá-los em tempos <strong>de</strong>terminados, e ainda que alguns até mesmo <strong>de</strong>ixavam,<br />

em sua morte, legados para tal propósito, todavia necessariamente subsistiam à medida que pu<strong>de</strong>ssem<br />

roubar; e, sendo muito numerosos, perambulavam perpetuamente em gran<strong>de</strong>s matilhas<br />

em busca <strong>de</strong> algo para <strong>de</strong>vorar. – (Harmer’s observations, vol. i. p. 344.) É a essas circunstâncias<br />

que o salmista claramente alu<strong>de</strong> nos versículos 14 e 15, quando compara o comportamento <strong>de</strong><br />

seus inimigos ao dos cães. Ele reitera o que já havia dito no versículo 5; mas aqui sua intenção é<br />

comunicar uma idéia diferente. “Que façam o que possam”; como se quisesse dizer: “Estou salvo<br />

sob a proteção divina.”<br />

12 “C’est, combien qu’ils ne soyent.” – n.m.f. “Isto é, ainda que não se sintam saciados.”<br />

13 “De manhã. Po<strong>de</strong> parecer que isso tivesse algo a ver com os servos <strong>de</strong> Saul vigiando-o <strong>de</strong><br />

manhã para matá-lo (1Sm 19.11), significando: Quando tais pessoas imaginarem ter-me em suas<br />

mãos, eu estarei em segurança, e tenho motivo para louvar-te e bendizer-te por meu livramento.”<br />

– Annotations on the Bible by English Divines.

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