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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 57 • 491<br />

ou que o Salmo foi composto para a melodia <strong>de</strong> algum cântico geralmente<br />

conhecido naquele tempo, ou que a palavra expressa uma<br />

breve oração, a qual Davi anota como havendo sido emitida em memoráveis<br />

circunstâncias, e em circunstâncias <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> ameaça.<br />

[vv. 1-3]<br />

Sê misericordioso para comigo, ó Deus, sê misericordioso para comigo,<br />

pois minha alma confia em ti; e à sombra <strong>de</strong> tuas asas esperarei, 2 até que<br />

passe a perversida<strong>de</strong>. 3 Clamarei ao Deus Altíssimo, ao Deus que por mim<br />

tudo executa. Ele enviará dos céus, e me salvará do opróbrio daquele que<br />

procura <strong>de</strong>vorar-me. 4 Deus enviará sua misericórdia e sua verda<strong>de</strong>.<br />

1.Sê misericordioso para comigo, ó Deus! A repetição da oração<br />

prova que a tristeza, a ansieda<strong>de</strong> e a apreensão, com que Davi nesse<br />

momento era dominado, não po<strong>de</strong>ria ser <strong>de</strong>scritas. É notável que sua<br />

súplica por misericórdia é para pu<strong>de</strong>sse esperar em Deus. Sua alma<br />

confiava nele; e essa é uma forma <strong>de</strong> expressão cuja força não se <strong>de</strong>ve<br />

ignorar; pois implica que a confiança que ele exercia era proce<strong>de</strong>nte<br />

<strong>de</strong> suas próprias afeições íntimas – não eram <strong>de</strong> nenhum caráter volúvel,<br />

mas profunda e fortemente radicadas. Declara a mesma verda<strong>de</strong><br />

em termos figurativos, quando acresce sua persuasão <strong>de</strong> que Deus o<br />

cobriria com a sombra <strong>de</strong> suas asas. A palavra hebraica, ‏,חסה chasah,<br />

a qual traduzi por esperar, significa ocasionalmente abrigar, ou obter<br />

refúgio, e neste sentido por ser entendida com gran<strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong><br />

na passagem que se acha diante <strong>de</strong> nós, on<strong>de</strong> se faz alusão à sombra<br />

das asas. Davi, em suma, se entregara inteiramente à guarda divina;<br />

e agora experimentava que bendita consciência <strong>de</strong> habitar num lugar<br />

2 “Ou, hebergeray.” – n.m.f. “Ou, abrigar-me-ei.”<br />

3 A palavra original, ‏,הוות há-uoth, para perversida<strong>de</strong>, é traduzida pela Septuaginta, aqui, por pecado<br />

– “Até que o pecado <strong>de</strong>sapareça.” Símaco a explica no Salmo 55.12 pelo termo επηρεια injúria<br />

insultante. “Simão, <strong>de</strong> Shultens, formulou, creio eu, o genuíno significado. ‏,הוה barathrum – est <strong>de</strong>si<strong>de</strong>rium,<br />

idque pravum. V. c. cupiditas <strong>de</strong>vorandi – cupiditas dicitur profundum quod, barathrum,<br />

quod expleri non potest.” – Fry. French e Skinner têm a redação: “até que sua injúria <strong>de</strong>sapareça”;<br />

“injúria”, observam eles, “agora direcionada contra mim por meus inimigos.”<br />

4 Ou, a la confusion <strong>de</strong> celuy qui m’a guetté.” – n.m.f. “Ou, à confusão daquele que se põe a<br />

esperar por mim.”

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