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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 33 • 51<br />

especialmente consi<strong>de</strong>rando que ele estava falando ao antigo povo <strong>de</strong><br />

Deus. Entretanto, há uma distinção a ser observada aqui, a saber, que<br />

não po<strong>de</strong>mos indiscriminadamente consi<strong>de</strong>rar aplicável a nós cada<br />

coisa que antigamente foi or<strong>de</strong>nada aos ju<strong>de</strong>us. Não tenho dúvida <strong>de</strong><br />

que tocar címbalos, a harpa e o violino, bem como todo gênero <strong>de</strong> música<br />

que é tão freqüentemente mencionada nos <strong>Salmos</strong>, era uma parte<br />

da educação; ou seja, a pueril instrução da lei: falo do serviço fixo do<br />

templo. Porque mesmo agora, se os crentes <strong>de</strong>cidissem recrear-se com<br />

instrumentos musicais, creio que não <strong>de</strong>vem nutrir o objetivo <strong>de</strong> dissociar<br />

sua jovialida<strong>de</strong> dos louvores <strong>de</strong> Deus. Mas quando freqüentam<br />

suas assembléias sacras, os instrumentos musicais para a celebração<br />

dos louvores divinos não <strong>de</strong>vem ser mais oportunos do que a queima<br />

<strong>de</strong> incenso, o acen<strong>de</strong>r das lâmpadas e a restauração das outras<br />

sombras da lei. Os papistas, pois, insensatamente tomaram isto por<br />

empréstimo, bem como muitas outras coisas, dos ju<strong>de</strong>us. Os homens<br />

que são amantes da pompa externa po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>leitar-se com esse ruído;<br />

mas a simplicida<strong>de</strong> que Deus nos recomenda, através do apóstolo, lhe<br />

é muito mais <strong>de</strong>leitável. Paulo só nos permite bendizer a Deus na assembléia<br />

pública dos santos numa língua conhecida [1Co 14.16]. A voz<br />

humana, ainda que não entendida pela generalida<strong>de</strong>, indubitavelmente<br />

exce<strong>de</strong> a todos os instrumentos inanimados <strong>de</strong> música; e ainda vemos<br />

o que Paulo <strong>de</strong>termina concernente a falar numa língua <strong>de</strong>sconhecida.<br />

3 O que, pois, diremos da cantilena que não enche os ouvidos com<br />

outra coisa senão com sons vazios? Quem objetará que a música é<br />

utilíssima para <strong>de</strong>spertar as mentes dos homens e comover seus corações?<br />

Eu mesmo; mas <strong>de</strong>vemos sempre tomar cuidado para que não<br />

se introduza nenhuma corrupção, a qual tanto po<strong>de</strong> macular o puro<br />

culto <strong>de</strong> Deus como também envolver os homens na superstição. Além<br />

do mais, visto que o Espírito Santo expressamente nos adverte, pelos<br />

lábios <strong>de</strong> Paulo, quanto a este perigo, ir além do que ele nos autoriza é,<br />

eu diria, não só um zelo inadvertido, mas ímpia e perversa obstinação.<br />

3 “Et neant moins nous voyons ce que Sainct Paul en <strong>de</strong>termine.” – v.f.

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