31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

250 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

O segundo versículo ilustra mais claramente o que eu já disse,<br />

ou seja, que Davi não fala simplesmente da presença <strong>de</strong> Deus, mas<br />

da presença <strong>de</strong> Deus em conexão com certos símbolos; pois ele põe<br />

diante dos olhos o tabernáculo, o altar, os sacrifícios e outras cerimônias<br />

pelas quais Deus testificava que estaria perto <strong>de</strong> seu povo;<br />

e que cabia aos fiéis, ao buscarem aproximar-se <strong>de</strong> Deus, começar<br />

com essas coisas. Não que eles continuassem atados a elas, senão<br />

que, auxiliados por esses sinais e meios externos, procurassem<br />

contemplar a glória <strong>de</strong> Deus, a qual, por sua própria natureza, se<br />

acha oculta da vista [humana]. Conseqüentemente, quando vemos<br />

as marcas da divina presença impressas na Palavra, e as sacras instituições<br />

<strong>de</strong> seu culto, ou quando formamos alguma grosseira ou<br />

terrena concepção <strong>de</strong> sua majesta<strong>de</strong> celestial, outra coisa não fazemos<br />

senão inventar para nós mesmos visionárias representações,<br />

as quais <strong>de</strong>sfiguram a glória <strong>de</strong> Deus, e transformar sua verda<strong>de</strong><br />

numa mentira.<br />

3. Minhas lágrimas têm sido meu pão. Aqui o salmista faz menção<br />

<strong>de</strong> outro dardo, afiado e penetrante, com o qual os ímpios e malevolentes<br />

feriam dolorosamente seu coração. Não po<strong>de</strong> haver dúvida <strong>de</strong> que Satanás<br />

fez uso <strong>de</strong> meios tais como estes para abanar a chama que consumia<br />

o profeta com intensa tristeza. Po<strong>de</strong>mos pressupor que o adversário tenha<br />

dito: “O que queres? Não vês que Deus te rejeitou? Pois com toda<br />

certeza ele <strong>de</strong>seja ser cultuado no tabernáculo, ao qual não tens agora<br />

qualquer chance <strong>de</strong> acesso e do qual foste banido.” Estes eram assaltos<br />

violentos, e seriam suficientes para transtornar a fé <strong>de</strong>ste santo varão,<br />

exceto que, sustentado pelo po<strong>de</strong>r do Espírito num grau muito além <strong>de</strong><br />

ordinário, ele fizera uma forte e vigorosa resistência. É óbvio que seu sentimento<br />

ficara real e fortemente afetado. É possível que sejamos amiú<strong>de</strong><br />

agitado, e contudo não a tal ponto <strong>de</strong> nos abstermos <strong>de</strong> comer e beber;<br />

mas quando uma pessoa voluntariamente se abstém <strong>de</strong> alimento, e se<br />

entrega <strong>de</strong>masiadamente ao pranto, ao ponto <strong>de</strong> diariamente negligenciar<br />

sua ração ordinária e é continuamente massacrada pelo sofrimento,<br />

é óbvio que tal pessoa não é atribulada num grau leve; senão que ela se

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!