31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

568 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

on<strong>de</strong> não existe água. E assim te tenho contemplado no santuário, para<br />

ver teu po<strong>de</strong>r e tua glória. Porque tua misericórdia é melhor que a vida,<br />

meus lábios te louvarão. Por isso te bendirei enquanto viver; em teu nome<br />

levantarei minhas mãos.<br />

1. Ó Deus, tu és o meu Deus. O <strong>de</strong>serto <strong>de</strong> Judá, mencionado no título,<br />

não po<strong>de</strong> ser outro senão o <strong>de</strong>serto <strong>de</strong> Zife, on<strong>de</strong> Davi peregrinou<br />

por muito tempo na condição <strong>de</strong> refugiado. Po<strong>de</strong>mos confiar na veracida<strong>de</strong><br />

do registro que ele nos fornece <strong>de</strong> seu exercício quando se viu<br />

sujeito a tantas provações; e é evi<strong>de</strong>nte que ele nunca se permitia ser<br />

<strong>de</strong>masiadamente vencido pelas mesmas, ao ponto <strong>de</strong> cessar <strong>de</strong> elevar<br />

aos céus suas orações, e ainda <strong>de</strong>scansar, com fé firme e constante,<br />

nas divinas promessas. Dispostos como somos, ao nos vermos assaltados<br />

pelas mais leves provações, <strong>de</strong> per<strong>de</strong>r o conforto proveniente<br />

<strong>de</strong> certa medida <strong>de</strong> conhecimento <strong>de</strong> Deus que porventura tenhamos<br />

experimentado, é necessário que observemos bem isto, e aprendamos<br />

<strong>de</strong> seu exemplo a manter com empenho nossa confiança ainda nas<br />

piores dificulda<strong>de</strong>s que porventura nos sobrevierem. Ele não ora meramente,<br />

senão que põe o Senhor diante <strong>de</strong> si como seu Deus, para que<br />

pu<strong>de</strong>sse <strong>de</strong>por todos os seus cuidados, <strong>de</strong>stemidamente, sobre ele,<br />

<strong>de</strong>sertado como se via dos homens e feito um pobre proscrito naquele<br />

<strong>de</strong>sabitado e horrível <strong>de</strong>serto. Sua fé, <strong>de</strong>monstrada nesta persuasão<br />

do favor e auxílio <strong>de</strong> Deus, tinha o efeito <strong>de</strong> incitá-lo a constante e<br />

veemente oração pela graça que esperava. Ao dizer que sua alma era<br />

se<strong>de</strong>nta e sua carne suspirante, sua alusão é à <strong>de</strong>stituição e pobreza<br />

que o acompanhavam no <strong>de</strong>serto, e notifica, ainda que privado dos<br />

meios ordinários <strong>de</strong> subsistência, que contemplava a Deus como sua<br />

comida e sua bebida, dirigindo a ele [Deus] todos os seus <strong>de</strong>sejos. Ao<br />

representar sua alma como que se<strong>de</strong>nta, e sua carne como que faminta,<br />

não carece que busquemos na distinção algum <strong>de</strong>sígnio artificioso<br />

ou sutil. Ele simplesmente <strong>de</strong>seja dizer que anelava por Deus, tanto<br />

com a alma quanto com o corpo. Pois ainda que o corpo, estritamente<br />

falando, por si só não é influenciado pelo <strong>de</strong>sejo, sabemos que os sentimentos<br />

da alma íntima e extensivamente o afetam.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!