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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 33 • 63<br />

do favor divino. Ele <strong>de</strong>nomina particularmente <strong>de</strong> reis e gigantes em vez<br />

<strong>de</strong> outros títulos; porque, visto que não fazem parte da classe comum<br />

dos homens, mas <strong>de</strong> uma condição preeminente, parece a si mesmos<br />

como se estivessem muito além do alcance <strong>de</strong> todos os perigos e dardos,<br />

e se alguma adversida<strong>de</strong> lhes sobrevier, prometem a si mesmos<br />

um fácil livramento <strong>de</strong>la. Em suma, intoxicados com uma presunçoso<br />

confiança em sua própria força, raramente têm consciência <strong>de</strong> que são<br />

mortais. Tornam-se ainda mais empe<strong>de</strong>rnidos nesta soberba à vista<br />

da tola admiração que provém do vulgo que se extasiam ante a gran<strong>de</strong>za<br />

<strong>de</strong> seu po<strong>de</strong>r. Portanto, se nenhum rei se salva por suas tropas,<br />

nem um gigante, por sua força, quando se expõem ao perigo, em vão<br />

os homens negligenciam a providência divina e buscam ao seu redor<br />

o auxílio humano. Deste fato segue-se que a condição, tanto do forte<br />

quanto do fraco, é miserável, até que aprendam a confiar na proteção<br />

divina.<br />

17. O cavalo é ilusório para dar segurança. O salmista, neste<br />

versículo, lançando mão <strong>de</strong> sinédoque, sob o nome cavalo, <strong>de</strong>ve<br />

ser entendido como que indicando qualquer tipo <strong>de</strong> auxílio. O<br />

sentido consiste em que, em termos gerais, os que acreditam que<br />

sua vida está bem protegida pelos meios terrenos, são comumente<br />

<strong>de</strong>cepcionados em meio às crises <strong>de</strong> risco, e são miseravelmente<br />

levados à total ruína, <strong>de</strong> modo que, com isso, Deus lhes revela sua<br />

estultícia. É verda<strong>de</strong> que os reis não são <strong>de</strong>bal<strong>de</strong> armados com espada,<br />

nem supérfluo é o uso <strong>de</strong> cavalos, nem os tesouros e recursos<br />

que Deus fornece <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong>snecessariamente das vidas humanas,<br />

contanto que se observe que sejam empregados <strong>de</strong> uma forma<br />

correta. Visto, porém, que a maior parte dos homens, quanto mais é<br />

cercada por <strong>de</strong>fesas humanas, mais se esquiva <strong>de</strong> Deus e, com uma<br />

falsa imaginação, se persua<strong>de</strong> <strong>de</strong> que se acha num céu seguro <strong>de</strong><br />

toda perturbação, Deus age em plena justiça ao frustrar tal <strong>de</strong>mência.<br />

Eis a razão por que seus dons às vezes transcorrem sem efeito,<br />

visto que o mundo, ao alienar-se do divino doador, também com<br />

razão se priva <strong>de</strong> suas bênçãos.

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