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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 48 • 357<br />

excelência. Explicar, como alguns têm feito, fortificar ou fortalecer, não<br />

parece bastante convincente. Se há quem se incline mais a seguir a interpretação<br />

dos que a traduzem olhar ou contemplar, não faço gran<strong>de</strong><br />

objeção a isso.<br />

14. Pois este Deus é o nosso Deus para todo o sempre. À luz<br />

<strong>de</strong>stas palavras parece ainda mais claramente que, quando o profeta<br />

fala dos palácios <strong>de</strong> Jerusalém, ele não visava a que os santos mantivessem<br />

seus olhos fixos neles, senão que, mediante o auxílio <strong>de</strong>ssas<br />

coisas externas, elevassem suas mentes em contemplação da glória<br />

divina. Deus queria que vissem, por assim dizer, os emblemas <strong>de</strong> sua<br />

graça esculpidos por on<strong>de</strong> quer que se volvessem, ou, melhor, reconhecessem<br />

sua presença nesses emblemas. Deste fato concluímos<br />

que, qualquer dignida<strong>de</strong> ou excelência que porventura resplan<strong>de</strong>ça<br />

na Igreja, não <strong>de</strong>vemos consi<strong>de</strong>rá-la senão como os meios usados por<br />

Deus para apresentar-se ante nossa vista, para que o magnifiquemos e<br />

o louvemos em seus dons. O pronome <strong>de</strong>monstrativo, ‏,זה zeh, este, não<br />

é supérfluo; ele é expresso para distinguir o único e verda<strong>de</strong>iro Deus,<br />

<strong>de</strong> cuja existência e caráter os fiéis estavam plenamente persuadidos,<br />

<strong>de</strong> todos os falsos <strong>de</strong>uses que os homens se ocupam em inventar. Os<br />

incrédulos po<strong>de</strong>m ousadamente falar do nome <strong>de</strong> Deus e escon<strong>de</strong>r-se<br />

na religião; mas por mais que façam isso, quando são questionados <strong>de</strong><br />

forma mais estrita, <strong>de</strong>scobrir-se-á que não nutrem qualquer certeza ou<br />

convicção sobre o assunto. Sim, as vãs imaginações e invenções dos<br />

que não se escudam na fé genuína necessariamente se revelarão não<br />

passar <strong>de</strong> nulida<strong>de</strong>. Portanto, é proprieda<strong>de</strong> da fé pôr diante <strong>de</strong> nós<br />

um conhecimento <strong>de</strong> Deus, não confuso, mas distinto, o qual não nos<br />

<strong>de</strong>ixa em suspenso e à <strong>de</strong>riva, como o fazem as superstições e seus<br />

a<strong>de</strong>ptos, os quais, bem o sabemos, estão sempre introduzindo alguma<br />

nova divinda<strong>de</strong>, todas falsas e intermináveis. Devemos, pois, tanto<br />

mais pôr ênfase no <strong>de</strong>monstrativo este, o qual se usa aqui. Deparamo-<br />

-nos com uma passagem quase similar nas profecias <strong>de</strong> Isaías [25.9]:<br />

“E naquele dia se dirá: Eis que este é o nosso Deus, a quem aguardávamos,<br />

e ele nos salvará; este é o Senhor, a quem aguardávamos; na

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