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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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592 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

expressamente atribuídos. 7 Os ju<strong>de</strong>us, porém, não tinham nenhuma<br />

excelência acima dos <strong>de</strong>mais, exceto no único ponto <strong>de</strong> <strong>de</strong>sfrutar do<br />

particular favor <strong>de</strong> Deus. O muro que fazia divisão entre eles é agora<br />

quebrado, e os gentios po<strong>de</strong>m então entrar. É evi<strong>de</strong>nte, contudo, que<br />

nem todos são chamados da mesma forma; e a observação comprova<br />

a ignorância daqueles que asseveram que a graça <strong>de</strong> Deus é estendida<br />

a todos em geral, sem qualquer escolha externada por ele. Po<strong>de</strong> imaginar-se<br />

alguma razão por que não chamaria a todos igualmente, exceto<br />

o fato <strong>de</strong> que sua soberana eleição faz distinção entre uns e outros? Fé<br />

e oração po<strong>de</strong>m ser meios para <strong>de</strong>spertar em nós interesse pela graça<br />

<strong>de</strong> Deus; mas a fonte don<strong>de</strong> elas emanam não está <strong>de</strong>ntro, mas fora <strong>de</strong><br />

nós. 8 Há uma bem-aventurança em exercermos confiança em Deus e<br />

em abraçarmos suas promessas – bem-aventurança esta experimentada<br />

quando, pela fé em Cristo, o Mediador, o apreen<strong>de</strong>mos como nosso<br />

Pai e lhe dirigimos nossas orações nesse caráter; mas antes que esta<br />

fé e oração possam ter alguma existência, é preciso presumir-se que<br />

nós, que outrora éramos por natureza estranhos em relação a Deus,<br />

fomos aproximados <strong>de</strong>le pelo exercício <strong>de</strong> seu favor. Aproximamo-nos<br />

<strong>de</strong>le, não por havermos antecipado sua graça e vindo a ele movidos<br />

por nós mesmos, mas porque, em sua con<strong>de</strong>scendência, esten<strong>de</strong>u sua<br />

mão até ao próprio inferno para nos alcançar. Falando com mais proprieda<strong>de</strong>,<br />

ele primeiro nos elege, e a seguir testifica <strong>de</strong> seu amor, nos<br />

chamando. É igualmente notável que, embora tenha Deus separado a<br />

semente <strong>de</strong> Abraão para ser seu povo peculiar, dando à circuncisão<br />

um lugar em seu templo, não po<strong>de</strong> haver dúvida alguma <strong>de</strong> que Davi<br />

reconhecia certa distinção mesmo entre os que eram ju<strong>de</strong>us, nem todos<br />

sendo alvos da vocação eficaz <strong>de</strong> Deus, nem propriamente tendo<br />

direito a um lugar em seu templo. Na verda<strong>de</strong>, a alusão que o salmista<br />

faz é ao santuário externo, ao falar dos ju<strong>de</strong>us como escolhido para ter<br />

7 “Nam si anteverterent homines Dei gratiam, non resi<strong>de</strong>ret penes ipsum electio, cujus potestas<br />

et jus ei tribuitur.” – v.l.<br />

8 “Fi<strong>de</strong>s qui<strong>de</strong>m et invocatio media sunt, quae nobis concilient Dei gratiam, sed fons extra nos<br />

quaerendus est.” – v.l. “Sont les moyens pour nous faire trouver grace envers Dieu”, etc. – v.f.

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