31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Salmo 55 • 467<br />

era influenciado por algum sentimento negativo em relação a eles, e<br />

<strong>de</strong>ve-se entendê-lo como a falar não em favor <strong>de</strong> sua própria causa,<br />

mas na <strong>de</strong> Deus e sob a imediata diretriz <strong>de</strong> seu Espírito. Este não era<br />

um <strong>de</strong>sejo expresso num momento <strong>de</strong> ressentimento ou <strong>de</strong> zelo precipitado<br />

e mal consi<strong>de</strong>rado, o qual nos justificaria em lançar maldições<br />

contra nossos inimigos como trivial provocação. O espírito <strong>de</strong> vingança<br />

difere amplamente do santo e equilibrado fervor com que Davi<br />

ora pelo juízo divino contra os homens maus, os quais já haviam sido<br />

con<strong>de</strong>nados à <strong>de</strong>struição eterna. É forçada a tradução: Que a morte<br />

os con<strong>de</strong>ne, e assim também aquela outra que tem sido sugerida: Que<br />

a morte <strong>de</strong>signe um credor sobre eles. 18 A que temos apresentado é a<br />

mais óbvia e simples. Ao orar para que seus inimigos <strong>de</strong>scessem vivos<br />

à sepultura, se tem observado bem que ele parece aludir ao castigo <strong>de</strong><br />

Coré, Datã e Abirão; ainda que concebo que, ao imprecar sobre eles<br />

súbita e inesperada ruína, ele chama a atenção para a soberba persuasão<br />

que nutriam em sua prosperida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que escapariam ao golpe da<br />

morte. É como se dissesse: “Senhor, na dissimulação <strong>de</strong> sua soberba<br />

se consi<strong>de</strong>ram como que isentos da ordinária porção da mortalida<strong>de</strong>,<br />

mas que a morte os trague vivos – que nada os impeça <strong>de</strong> serem<br />

engolidos com toda sua pompa à <strong>de</strong>struição que bem merecem.” A<br />

causa que ele assinala para sua oração na última parte do versículo é<br />

outra prova <strong>de</strong> que não era influenciado por qualquer ressentimento<br />

pessoal contra seus inimigos, mas simplesmente anunciou os justos<br />

juízos <strong>de</strong> Deus sobre aqueles que perseguiam a Igreja. E adiciona: há<br />

perversida<strong>de</strong> em sua habitação. Com isso ele quer dizer que a mesma<br />

não podia estar senão on<strong>de</strong> eles habitavam, e isso ele expressa<br />

ainda mais plenamente quando adiciona: no meio <strong>de</strong>les; notificando<br />

que acalentavam no íntimo sua perversida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> modo que ela era<br />

18 Este é o sentido no qual Horsley enten<strong>de</strong> a passagem. Ele observa que “a imagem aqui não é<br />

suficientemente expressa pelo verbo apo<strong>de</strong>rar, embora não seja impossível que nossos tradutores<br />

tencionassem aludir à captura <strong>de</strong> um <strong>de</strong>vedor. Mas esta é antes uma imagem <strong>de</strong> parentesco do<br />

que <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong>. A imagem precisa no original é a cobrança <strong>de</strong> pagamento, não <strong>de</strong> captura da<br />

pessoa.” Sua tradução é: “Que a morte levante seu clamor contra eles.”

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!