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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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308 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

não falar <strong>de</strong> outras coisas, é bem notório que a partir do próprio início,<br />

o pecado <strong>de</strong> poligamia foi algo <strong>de</strong>sagradável a Deus, e no entanto as<br />

concubinas são aqui mencionadas como que incluídas entre as bênçãos<br />

divinas, pois não há razão para se duvidar que por as mulheres<br />

nobres ou damas <strong>de</strong> honra, 12 o profeta indica as esposas <strong>de</strong> Salomão,<br />

<strong>de</strong> quem se faz menção noutro lugar. A filha do rei do Egito, com quem<br />

Salomão se casou, era sua esposa principal e a primeira em posição; 13<br />

mas tudo indica que as outras, a quem a história sacra <strong>de</strong>screve como<br />

que ocupando uma posição inferior, eram tratadas <strong>de</strong> uma forma liberal<br />

e honrada. A estas o profeta chama as filhas dos reis, visto que<br />

algumas <strong>de</strong>las <strong>de</strong>scendiam <strong>de</strong> sangue real. Em que sentido, pois, se<br />

po<strong>de</strong>ria perguntar, o profeta inclui entre os louvores <strong>de</strong> Salomão o fato<br />

<strong>de</strong> ter ele muitas esposas – coisa esta que Deus con<strong>de</strong>na em todas as<br />

pessoas individuais, mais expressamente nos reis? [Veja-se Dt 17.17.]<br />

Indubitavelmente, é possível facilmente inferir-se que ao enaltecer, segundo<br />

a prática comum, a riqueza e glória do rei, como o profeta faz<br />

aqui, não significava aprovar o mal uso <strong>de</strong>las. Não era seu propósito<br />

<strong>de</strong>linear o exemplo <strong>de</strong> um homem em oposição à lei <strong>de</strong> Deus. De fato<br />

é verda<strong>de</strong> que o po<strong>de</strong>r, a dignida<strong>de</strong> e a glória que Salomão <strong>de</strong>sfrutava<br />

lhe foram concedidos como bênçãos singulares da parte <strong>de</strong> Deus;<br />

mas, como geralmente suce<strong>de</strong>, ele as maculou gran<strong>de</strong>mente, não<br />

exercendo autocontrole e abusando da rica abundância com que foi<br />

abençoado, mediante a excessiva indulgência carnal. Em suma, aqui se<br />

registra quão imensa foi a liberalida<strong>de</strong> que Deus manifestou para com<br />

Salomão, conce<strong>de</strong>ndo-lhe tudo em gran<strong>de</strong> abundância. Quanto ao fato<br />

<strong>de</strong> ele ter tomado para si tantas esposas e <strong>de</strong> não ter exercido a <strong>de</strong>vida<br />

mo<strong>de</strong>ração em sua pompa, isto não <strong>de</strong>ve ser incluído na liberalida<strong>de</strong><br />

divina, senão como uma coisa meramente aci<strong>de</strong>ntal.<br />

10. Ouve, ó filha, e consi<strong>de</strong>ra. Não tenho dúvida <strong>de</strong> que o que<br />

aqui se diz tem referência à mulher egípcia, a quem o profeta tem<br />

12 “Ou, dames d’honneur.” – v.f.<br />

13 “Car combien que la fille du Roy d’Egypte que Salomon avoit espousee fust sa principale<br />

femme,, et teinst le premier lieu.” – v.f.

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