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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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332 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

3. Ele pôs em or<strong>de</strong>m os povos sob nós. Há quem traduza o verbo,<br />

ele subjugou; e isto concorda com a tradução que tenho feito. Outros<br />

traduzem, ele conduziu, o que fica um tanto mais remoto do significado.<br />

Mas para enten<strong>de</strong>r o verbo ‏,ידבר ya<strong>de</strong>bber, no sentido <strong>de</strong> <strong>de</strong>struir, como<br />

é feito por outros, está totalmente fora <strong>de</strong> sintonia com a intenção do<br />

profeta; pois a sujeição que aqui se preten<strong>de</strong> é indubitavelmente uma<br />

que é vantajosa, alegre e <strong>de</strong>sejável. No hebraico, o verbo está no tempo<br />

futuro, ele porá em or<strong>de</strong>m. E se há alguém inclinado a retê-lo neste<br />

sentido, não faço muita objeção a isso. Não obstante, visto ser indiscutível<br />

que sob a figura do reino <strong>de</strong> Davi se celebra aqui a graça <strong>de</strong> Deus<br />

por vir, conscientemente adotei a tradução que tem sido preferida por<br />

outros intérpretes. Além disso, embora neste versículo o profeta exorte<br />

especialmente seus próprios compatriotas a nutrir gratidão para<br />

com Deus, visto que, através <strong>de</strong> seu favor chegaram a governar todo<br />

o povo, contudo é certo que sua intenção é que os que também foram<br />

dominados se associaram aos ju<strong>de</strong>us nesta alegria. O corpo não difere<br />

da sombra mais que as simuladas expressões <strong>de</strong> alegria com que as<br />

nações pagãs honravam a Davi nos tempos antigos diferem daquelas<br />

com que os fiéis pelo mundo 2 inteiro recebem a Cristo; pois a alegria<br />

<strong>de</strong>stes flui da espontânea obediência do coração. E com toda certeza,<br />

se <strong>de</strong>pois que a arca foi conduzida ao templo, não apareceu ali<br />

oculto sob esta figura algo muito mais elevado, a qual <strong>de</strong>sse forma a<br />

substância <strong>de</strong>le então teria sido como uma alegria infantil a assinalar<br />

ali a habitação divina e a encerrá-lo <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> limites tão tacanhos.<br />

Quando, porém, a majesta<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus que habitava o tabernáculo se<br />

manifestou ao mundo inteiro, e quando todas as nações se puseram<br />

em sujeição à sua autorida<strong>de</strong>, esta prerrogativa da <strong>de</strong>scendência <strong>de</strong><br />

Abraão se manifestou então magnificentemente. O profeta, pois, ao<br />

<strong>de</strong>clarar que os gentios seriam conquistados, <strong>de</strong> modo que não mais<br />

recusariam obediência ao povo eleito, se põe a <strong>de</strong>screver aquele reino<br />

do qual falara previamente. Não <strong>de</strong>vemos pressupor que ele aqui trata<br />

2 “Par tout le mon<strong>de</strong>.” – v.f.

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