31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

626 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

tradução que já adotei. É <strong>de</strong> pouca importância a forma como construímos<br />

as palavras, uma vez que o significado do salmista é óbvio.<br />

Naquele tempo o mundo inteiro jazia abarrotado <strong>de</strong> ídolos fúteis da<br />

superstição, e ele quis afirmar a reivindicação divina e pôr Deus em<br />

<strong>de</strong>staque quando apresentou o Deus <strong>de</strong> Israel. Não basta, porém,<br />

que o povo do Senhor se curve diante <strong>de</strong>le com espíritos súplices.<br />

Até os ímpios, quando temem e tremem diante <strong>de</strong>le, são forçados<br />

a ren<strong>de</strong>r-lhe reverência. Davi queria que se aproximassem <strong>de</strong> Deus<br />

com alegria e jovialida<strong>de</strong>; e, conseqüentemente, continua insistindo<br />

sobre sua transcen<strong>de</strong>nte bonda<strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrada em sua con<strong>de</strong>scendência<br />

pelos órfãos e viúvas. A glória incompreensível <strong>de</strong> Deus não<br />

o induz a afastar-se para longe <strong>de</strong> nós, nem o impe<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>scer<br />

às profun<strong>de</strong>zas <strong>de</strong> nossa miséria. Não po<strong>de</strong> haver dúvida <strong>de</strong> que<br />

órfãos e viúvas são aqui mencionados para indicar, em geral, todos<br />

quantos o mundo se dispõe a ignorar como indignos <strong>de</strong> seu respeito.<br />

Geralmente distribuímos nossas atenções on<strong>de</strong> esperamos nos<br />

sejam elas retribuídas. Damos preferência a posição e esplendor, e<br />

<strong>de</strong>sprezamos ou negligenciamos os pobres.<br />

Quando se diz: Deus está nas habitações <strong>de</strong> sua santida<strong>de</strong>, a<br />

referência po<strong>de</strong> ser ou ao céu ou ao templo, pois ambos os sentidos<br />

se a<strong>de</strong>quam à conexão. Deus não habita o céu para entregar-se ao<br />

ócio, mas o céu é, por assim dizer, seu trono, don<strong>de</strong> possa ele julgar<br />

o mundo. Em contrapartida, o fato <strong>de</strong> haver ele <strong>de</strong>cidido estabelecer<br />

sua residência com os homens e convidá-los a familiarizar-se com<br />

ele ali se a<strong>de</strong>qua plenamente bem para gerar ânimo nos pobres, os<br />

quais se alegram em saber que Deus não está longe <strong>de</strong>les. Neste<br />

versículo, mencionam-se outros exemplos da benevolência divina<br />

– que ele conce<strong>de</strong> aos <strong>de</strong>solados e solitários <strong>de</strong>scendência numerosa<br />

e solta as ca<strong>de</strong>ias dos cativos. Na última cláusula do versículo,<br />

ele <strong>de</strong>clara o juízo divino contra os que impiamente o <strong>de</strong>sprezam,<br />

e isso para que pu<strong>de</strong>sse mostrar ao povo do Senhor a loucura <strong>de</strong><br />

invejar ele a sorte <strong>de</strong>les, bem como para lançar terror em suas mentes.<br />

O sentido das palavras é este: <strong>de</strong>vemos consolar-nos nas piores

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!