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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 66 • 613<br />

A ele clamei com minha boca, 16 e o tenho exaltado sob [ou com] minha<br />

língua. Se eu levar em conta a iniqüida<strong>de</strong> em meu coração, o Senhor não<br />

me ouvirá. Mas, na verda<strong>de</strong> Deus me tem ouvido; ele tem atendido à voz<br />

<strong>de</strong> minha oração. Bendito seja Deus, que não rejeitou minha oração, nem<br />

[<strong>de</strong>sviou] <strong>de</strong> mim sua misericórdia.<br />

17. A ele clamei com minha boca. O salmista prova que <strong>de</strong>via sua<br />

segurança à intervenção divina na circunstância em que ele orara, e<br />

em conseqüência ele sensivelmente experimentou sua benevolência.<br />

As respostas às orações servem em grau muitíssimo amplo para ilustrar<br />

a bonda<strong>de</strong> divina e confirmar nossa fé nela. Ao dizer que clamou<br />

a Deus com sua boca e língua, estes são termos que <strong>de</strong>notam, como<br />

já vimos numa parte anterior do Salmo, a veemência e solicitu<strong>de</strong> com<br />

que ele orava. Não houvera orado do recôndito <strong>de</strong> seu coração, e teria<br />

sido rejeitado; mas também faz menção da língua como emblema<br />

do ardor <strong>de</strong> suas súplicas. Há quem estupidamente imagine que, em<br />

razão do uso da expressão, sob a língua, o significado seja <strong>de</strong> todo o<br />

coração. Diz-se que as palavras fluem <strong>de</strong> <strong>de</strong>baixo da língua, porquanto<br />

são formadas pela fricção da língua, como na passagem: “o veneno das<br />

víboras está <strong>de</strong>baixo <strong>de</strong> seus lábios” [Sl 140.3]. O verbo exaltar notifica<br />

que não po<strong>de</strong>mos honrar a Deus em nosso culto mais do que quando<br />

olhamos para ele a espera <strong>de</strong> livramento. Os papistas o lesam <strong>de</strong> uma<br />

parte primordial <strong>de</strong> sua glória, quando dirigem suas orações aos mortos<br />

ou às imagens, fazendo <strong>de</strong>masiado pouco caso da invocação do<br />

nome do Senhor.<br />

O salmista, a seguir, estabelece a norma que <strong>de</strong>ve ser praticada,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que oremos a<strong>de</strong>qua e aceitavelmente; guardando-nos contra<br />

aquele presunçoso exercício que ignora a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fé e compunção.<br />

Percebemos com que audácia os hipócritas e ímpios se associam<br />

16 No original se omite o prefixo ‏,ב beth, com, mas ele é evi<strong>de</strong>ntemente subentendido. A redação<br />

é simplesmente ‏,פי pi, minha boca, para ‏,בפי bephi, com minha boca. Não é incomum em hebraico<br />

a omissão <strong>de</strong> alguma palavra ou frase, a qual <strong>de</strong>ve ser colocada pelo leitor a fim <strong>de</strong> completar a<br />

construção regular ou plena. E assim no Salmo 104.8, às palavras ‏,אגם-מים agam-maim, um poço <strong>de</strong><br />

águas, <strong>de</strong>ve-se juntar a letra ‏,ל lamed, ficando assim: ‏,לאגם laägam, num poço <strong>de</strong> águas.

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