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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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612 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

como expressão <strong>de</strong> ações <strong>de</strong> graças foi, como é bem notório, para ensinar<br />

ao povo que seus louvores eram contaminados pelo pecado, e que necessitavam<br />

<strong>de</strong> ser santificados exteriormente. Por mais que proponhamos<br />

a nós mesmos louvar o nome <strong>de</strong> Deus, outra coisa não fazemos senão<br />

profaná-lo com nossos lábios impuros, não houvera Cristo se oferecido<br />

em sacrifício com o propósito <strong>de</strong> santificar a nós e às nossas ativida<strong>de</strong>s<br />

sagradas [Hb 10.7]. É através <strong>de</strong>le, como apren<strong>de</strong>mos do apóstolo, que<br />

nossos louvores são aceitos. O salmista, através da recomendação <strong>de</strong><br />

seu holocausto, fala <strong>de</strong> seu incenso ou aroma suave; pois ainda que em<br />

si mesmos sejam vis e repugnantes, todavia dos carneiros e <strong>de</strong> outras<br />

vítimas, até on<strong>de</strong> eram figuras <strong>de</strong> Cristo, evolava-se para Deus um aroma<br />

suave. 15 Agora que as sombras da lei foram abolidas, a atenção se<br />

volta para o genuíno exercício espiritual. No que isso consiste, expõe-se<br />

mais claramente à nossa observação no versículo que se segue, on<strong>de</strong> o<br />

salmista nos diz que divulgaria amplamente a fama dos benefícios que<br />

recebera <strong>de</strong> Deus. Tal era o propósito <strong>de</strong>signado, mesmo nas cerimônias<br />

externas sob o regime da lei, que fora do qual só podiam ser consi<strong>de</strong>radas<br />

como uma exibição vazia [<strong>de</strong> conteúdo]. Era isso – o fato <strong>de</strong> que<br />

proclamavam os louvores da divina benevolência – que formava o próprio<br />

tempo dos sacrifícios, impedindo-os <strong>de</strong> se tornarem insípidos. Ao<br />

evocar, como faz, todos os tementes do Senhor, o salmista nos ensina que,<br />

se porventura sentimos <strong>de</strong>vidamente a benevolência <strong>de</strong> Deus, então seremos<br />

inflamados com o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> publicá-la amplamente, para que outros<br />

também tenham sua fé e esperança confirmadas, porque é por esse meio<br />

que ouvem <strong>de</strong>la e se juntam a nós num só cântico <strong>de</strong> louvor. Ele não fala a<br />

ninguém mais senão aos que são tementes ao Senhor, porquanto somente<br />

eles po<strong>de</strong>riam apreciar o que ele tinha a dizer, e teria sido perda <strong>de</strong> tempo<br />

comunicá-lo aos hipócritas e ímpios.<br />

[vv. 17-20]<br />

15 “Le Prophete louë yei le perfum <strong>de</strong> son holocauste, combien qu’il n’en peust monter au ciel<br />

qu’ une o<strong>de</strong>ur puante et infecte: mais il faut noter que les beliers et autres bestes qu’on sacrifioit<br />

flairoyent bon <strong>de</strong>vant Dieu, entant que c’estoyent figures <strong>de</strong> Iesus Christ.” – v.f.

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