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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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600 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

<strong>de</strong>riva sua frutificação da seiva ou da umida<strong>de</strong>; esta vem da chuva, e<br />

a chuva, das nuvens. Com uma singular graciosida<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão,<br />

estas são, pois, representadas como a gotejar gordura, e isso porque<br />

elas são as veredas ou veículos <strong>de</strong> Deus; como se o salmista quisesse<br />

dizer: sempre que a Deida<strong>de</strong> passava, ali fluía <strong>de</strong> seus pés frutos <strong>de</strong><br />

infindável varieda<strong>de</strong> e abundância. Ele amplia a benevolência divina,<br />

acrescentando que sua gordura goteja mesmo nas regiões mais selvagens<br />

e incultiváveis. Deserto não <strong>de</strong>ve ser tomado aqui como sendo<br />

a absoluta esterilida<strong>de</strong> on<strong>de</strong> nada vegeta, mas como sendo lugares<br />

que não são bem cultiváveis, on<strong>de</strong> há poucos habitantes e on<strong>de</strong>, não<br />

obstante, a divina bonda<strong>de</strong> é ainda mais exemplificada do que on<strong>de</strong><br />

se <strong>de</strong>stila gordura nos cumes dos montanhas. 20 Em seguida se <strong>de</strong>vem<br />

observar os vales e planícies, com o fim <strong>de</strong> mostrar que não existe<br />

parte alguma da terra negligenciada por Deus, e que as riquezas <strong>de</strong><br />

sua liberalida<strong>de</strong> se esten<strong>de</strong>m por todo o mundo. A varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua<br />

manifestação é realçada quando se acrescenta que os vales e terras<br />

mais pobres são vestidos com rebanhos 21 e com trigos. Ele representa<br />

as coisas inanimadas como a regozijar-se, o que em certo sentido se<br />

po<strong>de</strong> dizer <strong>de</strong>las o que falamos dos campos sorrindo quando enchem<br />

nossos olhos com sua beleza. Po<strong>de</strong> parecer estranho que ele primeiro<br />

nos diga que gritam <strong>de</strong> alegria, para <strong>de</strong>pois acrescentar uma expressão<br />

mais fraca, dizendo que cantam; interpondo também a partícula <strong>de</strong><br />

intensida<strong>de</strong>, ‏,אף aph, gritam <strong>de</strong> alegria, sim, também cantam. O verbo,<br />

trovão (Sl 18.9, 10, 11). Alguns lêem assim: “tuas órbitas”, e enten<strong>de</strong>m como sendo todas as estações<br />

circulantes do ano, como governadas pela trajetória dos corpos celestes.<br />

20 “Por <strong>de</strong>serto”, observa Dr. Shaw, “o leitor nem sempre <strong>de</strong>ve enten<strong>de</strong>r como sendo um<br />

campo totalmente estéril e infrutífero, mas que é raramente semeado ou cultivado; o qual, ainda<br />

que não produza safras <strong>de</strong> trigo ou frutas, todavia produz pastagem, mais ou menos, para<br />

o alimento do gado, com fontes ou riachos <strong>de</strong> água, ainda que mais escassamente entremeado<br />

do que em outros lugares.”<br />

21 A frase, “as pastagens são vestidas com rebanhos”, não po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada como uma<br />

linguagem vulgar da poesia. Ela parece peculiarmente bela e apropriada, ao consi<strong>de</strong>rarmos os<br />

numerosos rebanhos que branqueiam as planícies da Síria e Canaã. Nos países orientais, as ovelhas<br />

são muito mais prolíferas do que entre nós, e <strong>de</strong>rivam seu nome <strong>de</strong> sua gran<strong>de</strong> proliferação;<br />

produzindo, como se diz que fazem, “aos milhares e milhares em suas ruas” (Sl 144.13). Portanto,<br />

não formavam uma pequena parte da riqueza do Oriente.

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