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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 46 • 321<br />

tragar-nos. De igual forma, já retratamos a vitória <strong>de</strong> nossa fé sobre<br />

o mundo inteiro quando, em meio a extrema confusão, ela se manifesta<br />

e começa a erguer sua cabeça <strong>de</strong> maneira tal que, embora toda<br />

a criação pareça coligada e a conspirar para a <strong>de</strong>struição dos fiéis,<br />

não obstante a fé triunfa sobre todo medo. Não que os filhos <strong>de</strong><br />

Deus, quando expostos ao perigo, se entregam ao gracejo ou se divertem<br />

da morte, mas o auxílio que Deus lhes prometeu tem muito<br />

mais prepon<strong>de</strong>rância, em sua avaliação, do que todos os males que<br />

porventura lhes inspirem medo. O sentimento <strong>de</strong> Horácio é muito<br />

belo, quando, ao falar do homem justo que não tem consciência <strong>de</strong><br />

culpa alguma, diz [Car., Lib. iii., Od. 3]:<br />

“Dux inquieti turbidus Adriae,<br />

Nec fulminantis magna Jovis manus,<br />

Si fractus illabitur orbis,<br />

Impavidum ferient ruinae.”<br />

“Os ventos selvagens que governam os mares,<br />

Tempestuosos, todo os seus horrores suscitam;<br />

O terrível braço <strong>de</strong> Jove com trovões <strong>de</strong>spedaça as esferas;<br />

Debaixo dos <strong>de</strong>stroços dos mundos intrépido ele aparece.” 3<br />

Visto, porém, que tal pessoa como a que ele imagina jamais<br />

será encontrada, ele simplesmente passa o tempo falando nesses<br />

termos. A força <strong>de</strong>les [os fiéis], portanto, tem como seu único fundamento<br />

a certeza da proteção divina, <strong>de</strong> modo que aqueles que<br />

<strong>de</strong>scansam em Deus e põem nele sua confiança, realmente po<strong>de</strong>m<br />

gloriar-se, não somente que jamais se <strong>de</strong>sfalecerão, mas também<br />

que serão preservados em segurança e sem preocupação, em meio<br />

às ruínas <strong>de</strong> um mundo em <strong>de</strong>clínio.<br />

O profeta diz expressamente que a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus se alegrará,<br />

embora não houvesse nenhum mar rugindo, mas somente uma tênue<br />

corrente fluindo, para colocar em sua <strong>de</strong>fesa contra as ondas das<br />

quais fizera menção. Com esta forma <strong>de</strong> expressão ele alu<strong>de</strong> à torrente<br />

3 Tradução que Francis faz <strong>de</strong> Horácio.

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