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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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538 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

seria reduzido a servidão. 19 E o verbo hebraico, ‏,רוע ruang, ainda que<br />

signifique, em geral, gritar triunfantemente, também significa fazer tumulto,<br />

como os soldados quando se precipitam à batalha. Outros, sem<br />

presumir qualquer alusão irônica, tomam as palavras e as interpretam<br />

no sentido <strong>de</strong> aclamações servis; embora obstinadamente o<strong>de</strong>iem seu<br />

domínio, se esforçam por aclamá-lo e aplaudi-lo como vencedor. Assim<br />

no Salmo 18.44 está escrito: “Os filhos dos estrangeiros simularão<br />

submissão a mim.” 20<br />

[vv. 9-12]<br />

Quem me conduzirá à cida<strong>de</strong> fortificada? quem me guiará até Edom? Não<br />

serás tu, ó Deus, que nos tinhas rejeitado? e tu, ó Deus, que não saíste com<br />

nossos exércitos? Dá-nos auxílio na angústia, porque vão é o auxílio do<br />

homem. 21 Através <strong>de</strong> Deus agiremos valentemente; pois ele é quem pisará<br />

nossos inimigos.<br />

19 Edom ou Iduméia era habitada pelos Idumeus ou posterida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Edom, ou seja, Esaú (irmão<br />

mais velho <strong>de</strong> Jacó) que, em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua profanação, ao ven<strong>de</strong>r seu direito <strong>de</strong> primogenitura por<br />

um repasto <strong>de</strong> lentilha – chamava-se em hebraico Edom –, lhe impusera este nome como perpétua<br />

<strong>de</strong>sgraça, sobre si e sobre sua posterida<strong>de</strong> (Gn 25.30; 36.8, 9; Hb 12.16). A expressão: “Sobre Edom<br />

lançarei meu sapato”, tem sido explicada diferentemente pelos intérpretes. Alguns, como Gataker e<br />

Martin, o traduzem assim: “A Edom lançarei meu sapato”; e presume que a referência é ao costume<br />

então prevalecente <strong>de</strong> o senhor empregar seus servos mais humil<strong>de</strong>s para <strong>de</strong>samarrar, tirar e limpar<br />

seus calçados (Mt 3.11; Lc 3.16), e que Davi notifica que os idumeus se converteriam em seus servis<br />

escravos, e que lhe fariam seus mais humil<strong>de</strong>s serviços. “E o profeta”, observa Martin, “usa a palavra<br />

lançar, arremessar, que <strong>de</strong>signa uma ação realizada <strong>de</strong> uma maneira expressiva e furiosa, em alusão<br />

à circunstância em que os senhores, ao empregar aqueles seus servos que <strong>de</strong>monstram repugnância<br />

em tirar seus sapatos, e os tira <strong>de</strong> seus pés com violência, como se fossem lançar seus pés contra<br />

eles.” A LXX e a Vulgata têm a redação: “porá meu sapato”, isto é, pondo seus pés neles; e essa, como<br />

é bem conhecido, era a maneira na qual os vencedores orientais estavam dispostos a tratar seus<br />

cativos. Há, porém, outro costume antigo ao qual se supõe referir-se a passagem. Os antigos costumavam<br />

arremessar seus sapatos e sandálias, quando sujos <strong>de</strong> lama, em algum canto escuro antes <strong>de</strong><br />

sentar-se para a refeição, e muitos possivelmente tinham algum lugar <strong>de</strong>sprezível em suas casas on<strong>de</strong><br />

comumente os lançavam; e portanto o lançar o sapato sobre Edom po<strong>de</strong>ria significar como Bucer o<br />

expoõe, “Edom seria como o lugar on<strong>de</strong> lançarei meu sapato”. Mas seja qual for a alusão precisa , o<br />

significado indubitavelmente é que Davi faria uma completa conquista <strong>de</strong> Edom para que o reduzisse<br />

à mais vil sujeição. E foi realmente o caso, como <strong>de</strong>scobrimos à luz <strong>de</strong> 2 Samuel 8.14. Abu Walid tem<br />

aqui, significando agrilhão – “Lançarei meu grilhão ou ca<strong>de</strong>ia sobre ele”; e também Kimchi, em נעל<br />

suas notas; ainda que em seu comentário aqui ele o interprete com a noção <strong>de</strong> sapato.” – Hammond.<br />

20 A apóstrofe à Filístia é a linguagem <strong>de</strong> ironia e <strong>de</strong> afronta. – ‘Filístia, triunfa sobre mim!” como se<br />

quisesse dizer: ‘Tu costumas insultar-me e triunfar-te sobre mim; mas as circunstâncias agora se reverteram,<br />

e é a minha vez <strong>de</strong> gritar e triunfar-me sobre ti.’ Veja-se Salmo 108.9.” – Williams’ Cottage Bible.<br />

21 “C’est, la salut que l’homme peut apporter.” – n.m.f. “Isto é, o auxílio que o homem po<strong>de</strong> oferecer.”

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