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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 45 • 305<br />

<strong>de</strong> afirmação, em concordância com quê se fazem tais <strong>de</strong>scrições,<br />

não haverá mais obscurida<strong>de</strong> alguma nesta passagem. Merece<br />

também nossa observação o fato <strong>de</strong> que, <strong>de</strong>pois que o salmista<br />

enalteceu este rei celestial por sua eloqüência, também o <strong>de</strong>screve<br />

como armado com sua espada. Visto que, por um lado, ele governa<br />

pela influência <strong>de</strong> persuasão os que espontaneamente admitem<br />

sua autorida<strong>de</strong> e manifestam docilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> disposição, assim, por<br />

outro, visto que sempre houve em todos os séculos, e continuará a<br />

haver, muitos que são rebel<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>sobedientes, faz-se necessário<br />

que os incrédulos sejam levados a sentir em sua própria <strong>de</strong>struição<br />

que Cristo não veio <strong>de</strong>sarmado. Portanto, enquanto ele nos atrai a<br />

si com mansidão e benevolência, sujeitemo-nos pronta e submissamente<br />

à sua autorida<strong>de</strong>, para que ele não nos sobrevenha armado<br />

como está com sua espada e suas flechas mortíferas. Diz-se, aliás<br />

com muita proprieda<strong>de</strong>, que graça se <strong>de</strong>rrama <strong>de</strong> seus lábios; pois<br />

o evangelho, por sua própria natureza, exala o odor <strong>de</strong> vida; se<br />

formos, porém, obstinados e rebel<strong>de</strong>s, esta graça se converterá em<br />

motivo <strong>de</strong> terror, e Cristo mesmo converterá a mesma doutrina <strong>de</strong><br />

sua salvação em espada e flechas contra nós. Deste fato também<br />

nos vem pouca consolação, ou seja, que a multidão e insolência dos<br />

adversários <strong>de</strong> Cristo não têm como <strong>de</strong>sencorajar-nos. Sabemos<br />

muito bem com que arrogância os papistas rejeitam Jesus Cristo,<br />

a quem, não obstante, como sendo seu Rei; sabemos também<br />

com que profano <strong>de</strong>sdém a maior parte do mundo o escarnece, e<br />

como obstinadamente os turcos e ju<strong>de</strong>us o vituperam. No meio <strong>de</strong><br />

tal <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m, lembremo-nos da profecia que diz que Cristo não<br />

carece <strong>de</strong> espada e flechas para vencer e <strong>de</strong>struir seus inimigos.<br />

Aqui uma vez mais se repetirá sucintamente o que eu já observei<br />

acima, ou seja, por mais que os ju<strong>de</strong>us procurem, com suas cavilações,<br />

perverter o sentido <strong>de</strong>ste versículo: Teu trono, ó Deus, é<br />

para todo o sempre!, contudo é suficiente dizer que ele estabelece<br />

a eterna divinda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cristo; pois quando o título, ‏,אלהים Elohim,<br />

é atribuído aos anjos ou aos homens, alguma outra qualificação

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