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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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472 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

quão insignificante é a trajetória da vida humana quando comparada<br />

com a eternida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus? Ao chegar a prosperida<strong>de</strong>, é mister<br />

que nos ponhamos <strong>de</strong> guarda a fim <strong>de</strong> não cairmos na segurança<br />

<strong>de</strong> espírito ao qual o salmista aqui alu<strong>de</strong>, muito menos levar nossa<br />

exultação ao ponto <strong>de</strong> tornar-se uma provocação ao Onipotente.<br />

[vv. 20-23]<br />

Esten<strong>de</strong>u suas mãos contra os que estavam em paz com ele; 25 quebrou sua<br />

aliança. As palavras <strong>de</strong> sua boca eram mais macias que a manteiga, e em<br />

seu coração, guerra; suas palavras eram mais suaves que o azeite, contudo<br />

eram dardos. Lança o tua dávida 26 sobre Jehovah, e ele te libertará; jamais<br />

permitirá que o justo seja sempre abalado. 27 Tu, ó Deus, os precipitará no<br />

poço da corrupção; homens <strong>de</strong> sangue e <strong>de</strong> frau<strong>de</strong> não viverão meta<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

seus dias; eu, porém, em ti esperarei.<br />

20. Esten<strong>de</strong>u suas mãos contra os que estavam em paz com ele.<br />

Mais adiante, no versículo 23, ele fala no plural; aqui, porém, é provável<br />

que comece dirigindo-se ao lí<strong>de</strong>r ou cabeça da ímpia conspiração.<br />

Ele o acusa <strong>de</strong> promover guerra no meio da paz, e <strong>de</strong> fazer-se assim<br />

culpado <strong>de</strong> perturbar a fé. Ele não havia sofrido qualquer provocação<br />

nem fizera anunciar <strong>de</strong> maneira franca sua intenção <strong>de</strong> fazer guerra,<br />

senão que começara seu ataque inesperadamente e <strong>de</strong> forma traiçoeira.<br />

Ele insiste ainda mais na mesma acusação quando acrescenta que<br />

havia em seus lábios manteiga e azeite, enquanto que em seu coração<br />

havia guerra, e suas palavras eram quais dardos. A aparência era macia<br />

e agradável, mas ocultavam uma virulência e cruelda<strong>de</strong> que feriam<br />

como espada ou como dardos, 28 segundo o provérbio popular, que os<br />

25 “Misit manus en paces suas.” – versão latina. Na margem da versão francesa, “paces suas” é<br />

assim explicado: “C’est, ses alliez et gens qui vivoyent paisiblement avec luy.”<br />

26 “Ou, ta charge.” – n.m.f. “Ou, teu fardo.”<br />

27 “Ou tombe.” – n.m.f. “Ou, caia.” Fry tem a redação: “Não permitirá para sempre que o justo<br />

se <strong>de</strong>sgoste, se induza, se agite ou escorregue.”<br />

28 Na linguagem figurada do Oriente, palavras duras, insensíveis e injuriosas são amiú<strong>de</strong> comparadas<br />

a espadas, punhais, flexas etc. E assim diz-se no Salmo 59.7: “Setas estão em seus lábios;<br />

pois, dizem eles: Quem o ouvirá?” e em Provérbios 12.18: “Há alguns que falam como que espada<br />

penetrante, mas a língua dos sábios é saú<strong>de</strong>.” Em nossa própria linguagem, uma figura <strong>de</strong> linguagem<br />

semelhante é muito comum, como quando falamos <strong>de</strong> palavras agudas, cortantes e penetran-

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