31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

20 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

14. Todavia tenho confiado em ti, ó Jehovah! A tradução correta<br />

é: E eu tenho confiado em ti; mas a partícula copulativa hebraica, w,<br />

vau, e, é usada aqui em vez da partícula adversativa, todavia, ou, não<br />

obstante. Davi, pondo a soli<strong>de</strong>z <strong>de</strong> sua fé em oposição aos assaltos<br />

das tentações, das quais já fez menção, nega que já estivesse esmorecido;<br />

antes, mantém, ao contrário disto, que permanecera firme em<br />

sua esperança no livramento divino. Tampouco isso implica que ele se<br />

vangloriasse <strong>de</strong> ser tão magnânimo e corajoso que jamais seria vencido<br />

pela enfermida<strong>de</strong> da carne. Por mais estranho que isso pareça ser,<br />

essas coisas amiú<strong>de</strong> vão juntas, como <strong>de</strong>vem ser, na mesma pessoa,<br />

a saber, que enquanto ele se <strong>de</strong>finha <strong>de</strong> tristeza e é privado <strong>de</strong> toda<br />

força, não obstante se vê sustentado por tão forte esperança, que não<br />

consegue cessar <strong>de</strong> invocar a Deus. Davi, pois, não estava <strong>de</strong> tal forma<br />

submerso em profunda dor, e outros pavorosos sofrimentos, que<br />

a secreta luz da fé não pu<strong>de</strong>sse brilhar nos recessos <strong>de</strong> seu coração;<br />

tampouco gemesse tanto sob o pesado fardo <strong>de</strong> suas tentações, ao<br />

ponto <strong>de</strong> ser impedido <strong>de</strong> <strong>de</strong>spertar-se para invocar a Deus. Ele venceu<br />

obstáculos <strong>de</strong>mais para po<strong>de</strong>r fazer a confissão que aqui faz. A<br />

seguir ele <strong>de</strong>fine o procedimento <strong>de</strong> sua fé, a saber, que ele pon<strong>de</strong>rava<br />

consigo mesmo assim – que Deus jamais o <strong>de</strong>cepcionaria nem<br />

jamais se esqueceria <strong>de</strong>le. Observemos bem seu modo <strong>de</strong> falar: Eu<br />

disse: Tu és o meu Deus. Nesta expressão ele notifica que se sentia<br />

tão persuadido <strong>de</strong>sta verda<strong>de</strong>, <strong>de</strong> que Deus era o seu Deus, que não<br />

admitiria sequer a mais leve insinuação em contrário. E enquanto esta<br />

persuasão não prevalecer, ao ponto <strong>de</strong> tomar posse <strong>de</strong> nossa mente,<br />

oscilaremos sempre na incerteza. Não obstante, é preciso observar<br />

que esta <strong>de</strong>claração não é só íntima e secreta – feita antes no coração<br />

do que com a língua –, mas que é dirigida a Deus pessoalmente, como<br />

aquele que é a única testemunha <strong>de</strong>la. Nada é mais difícil, quando<br />

percebemos nossa fé escarnecida por todo o mundo, do dirigir nosso<br />

discurso somente a Deus e <strong>de</strong>scansar satisfeitos com este testemunho<br />

que nossa consciência nos dá, ou seja, que ele é o nosso Deus. E com<br />

toda certeza é uma indubitável prova <strong>de</strong> fé genuína quando, por mais

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!