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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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182 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

que este santo homem ficara sujeito a um conflito severo e árduo. Diz<br />

ele: Tu, ó Senhor, me respon<strong>de</strong>rá. Sua linguagem implica que, se Deus<br />

<strong>de</strong>longasse em vir em seu socorro, havia razão para se temer que viesse<br />

a <strong>de</strong>sfalecer <strong>de</strong> exaustão, ou a cair em <strong>de</strong>sespero, a menos que, pondo<br />

diante <strong>de</strong> si esta dupla <strong>de</strong>fesa, perseverasse bravamente no conflito.<br />

16. Porque eu disse: Para que não se regozijem sobre mim. Ele aqui<br />

também confirma sua fé e sua <strong>de</strong>dicação à prática da oração a partir <strong>de</strong>sta<br />

consi<strong>de</strong>ração: que se ele fosse <strong>de</strong>samparado por Deus, seus inimigos<br />

triunfariam. Esta indignida<strong>de</strong>, da parte <strong>de</strong>les, não é <strong>de</strong> pouco peso para<br />

induzir a Deus a socorrer-nos; pois os ímpios, ao assim magnificarem-se<br />

contra nós, e ao <strong>de</strong>dicarem-se ao <strong>de</strong>sdém, não só fazem guerra usando<br />

nossa carne, mas também diretamente assaltam nossa fé e empenham-se<br />

por <strong>de</strong>struir tudo o que há <strong>de</strong> religião e o temor <strong>de</strong> Deus em nossos corações.<br />

Qual é o objetivo <strong>de</strong> todo seu motejo, senão persuadir-nos <strong>de</strong> que o<br />

que Deus prometeu é fútil e sem valor? O salmista imediatamente acrescenta<br />

que não é sem causa que se vê estremecido com o receio <strong>de</strong> que<br />

seus inimigos se regozijariam sobre ele, visto que já havia experimentado<br />

suas arrogantes exultações. À luz <strong>de</strong>sta passagem somos instruídos que,<br />

na proporção que nossos inimigos crescem em insolência e cruelda<strong>de</strong> em<br />

relação a nós, ou, visto que já sucumbimos sob o pesado fardo das adversida<strong>de</strong>s,<br />

em seu arrogante <strong>de</strong>sdém nos pisam sob seus pés, <strong>de</strong>vemos<br />

acalentar a mais profunda esperança <strong>de</strong> que Deus virá em nosso socorro.<br />

17. Certamente, estou prestes a tropeçar. Este versículo tem levado<br />

expositores a suporem que Davi era afligido com alguma chaga, da qual<br />

ele receava <strong>de</strong> ter contraído a enfermida<strong>de</strong> da manqueira por todos os<br />

seus dias. Eu, porém, já <strong>de</strong>monstrei, no Salmo 35.15, que esta suposição<br />

é muito improvável. Certamente que não temos maior razão para supor<br />

que Davi era coxo do que Jeremias também o era, quando disse: “todos<br />

os meus íntimos amigos, aguardando o meu coxear...” [Jr 20.10]. Portanto<br />

creio que Davi, nesta cláusula, emprega uma forma metafórica <strong>de</strong> expressão,<br />

e que sua intenção consiste em que, se Deus não viesse logo em seu<br />

socorro, não haveria esperança <strong>de</strong> ser restaurado à sua anterior condição;<br />

e que ele era tão profundamente afligido, que andaria como se fosse

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