31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

634 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

for o sentido adotado, permanece sendo verda<strong>de</strong> que o crente jamais<br />

é consumido nem é submerso por suas aflições, senão que sai sempre<br />

incólume. Uma elegante figura se <strong>de</strong>duz da pomba que, embora pouse<br />

entre as panelas, retém a beleza que naturalmente lhe pertence, e não<br />

<strong>de</strong>ixa agregar qualquer mancha em suas asas. Deste fato apren<strong>de</strong>mos<br />

que a Igreja nem sempre apresenta um aspecto belo e pacífico; ao contrário,<br />

emerge ocasionalmente das trevas que a envolvem, e recupera<br />

sua beleza tão perfeitamente como se jamais estivesse sujeita a qualquer<br />

calamida<strong>de</strong>.<br />

14. Quando o Todo-Po<strong>de</strong>roso dispersou nela os reis. Po<strong>de</strong>ríamos<br />

ler esten<strong>de</strong>u ou dividiu os reis etc., e então a alusão seria à sua ação <strong>de</strong><br />

guiá-los em triunfo. É preferível, porém, a outra redação, e a mesma<br />

correspon<strong>de</strong> melhor ao que se disse acima sobre serem postos em fuga.<br />

Há mais dificulda<strong>de</strong> na segunda parte do versículo que é traduzida por<br />

alguns: era branco em Salmom; isto é, a Igreja <strong>de</strong> Deus apresentava uma<br />

aparência justa e bela. Ou o verbo po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado na segunda pessoa:<br />

Tu, ó Deus, o fizeste belo e alvo como o monte Salmom 21 coberto <strong>de</strong><br />

neve. O leitor po<strong>de</strong> adotar ambas as construções, pois o significa acaba<br />

sendo o mesmo. É evi<strong>de</strong>nte que Davi insiste ainda sobre a figura da alvura<br />

da prata, a qual introduzira previamente. O país fora, por assim dizer,<br />

enegrecido ou maculado pelas confusões hostis em que mergulhara, e<br />

o salmista diz que agora recuperara sua aparência bela, o que lembrava<br />

Salmom, que notoriamente permanecia sempre coberto <strong>de</strong> neve. 22 Outros<br />

21 Salmom é o nome <strong>de</strong> uma montanha em Samaria, na tribo <strong>de</strong> Efraim (Jz 9.48), com sua neve<br />

perpetuamente branca.<br />

22 Carriéres, em sua paráfrase, traz: “Tu te tornaste branco como a neve sobre o monte<br />

Salmom.” “Indubitavelmente pensamos”, diz o autor do excelente comentário sobre a Bíblia,<br />

“que Carriéres atingiu a idéia correta. A intenção, evi<strong>de</strong>ntemente, é <strong>de</strong>screver por meio <strong>de</strong><br />

uma figura a honra e prosperida<strong>de</strong> que os hebreus adquiriram pela <strong>de</strong>rrota <strong>de</strong> seus inimigos,<br />

bem como expressar isso pela brancura, e superlativamente pela brancura da neve. Nada<br />

po<strong>de</strong> ser mais usual na Pérsia, por exemplo, do que para uma pessoa dizer, sob o influx da<br />

prosperida<strong>de</strong> ou honra, ou ao receber uma feliz inteligência: ‘Meu rosto se faz branco’; ou<br />

agra<strong>de</strong>cida por algum favor ou realização: ‘Você fez meu rosto branco’; assim também: “Seu<br />

rosto está embranquecido” expressa o senso que se nutre da felicida<strong>de</strong> ou favor que fora antes<br />

recebido. Tal uso figurado da idéia <strong>de</strong> brancura, cremos nós, fornece a melhor explicação<br />

do presente e <strong>de</strong> alguns outros textos da Escritura.”

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!