31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Salmo 37 • 141<br />

Deus simplesmente rindo. Mas se Deus valoriza muitíssimo nossa<br />

salvação, por que então não resiste pessoalmente a fúria <strong>de</strong> nossos<br />

inimigos, e se lhes oponha vigorosamente? Sabemos que esta, como<br />

foi dito no Salmo 2.4, é uma provação apropriada <strong>de</strong> nossa paciência,<br />

quando Deus não surge imediatamente armado para <strong>de</strong>sbaratar os<br />

ímpios, mas por algum tempo parece conivente e <strong>de</strong>tém sua mão.<br />

Visto, porém, que os olhos dos sentidos, em tais circunstâncias, consi<strong>de</strong>ram<br />

que ele <strong>de</strong>mora <strong>de</strong>mais em sua vinda, e por essa <strong>de</strong>longa<br />

concluem que ele se entrega à passivida<strong>de</strong> e não <strong>de</strong>monstra nenhum<br />

interesse nos afazeres humanos, não é uma consolação pequena ser<br />

capaz <strong>de</strong> abrir os olhos da fé para contemplá-lo rindo. Pois assim<br />

somos assegurados <strong>de</strong> que não está sentado ociosamente no céu,<br />

nem tem seus olhos fechados, <strong>de</strong>ixando com o acaso o governo do<br />

mundo, senão que propositadamente <strong>de</strong>longa-se e mantém silêncio<br />

porque <strong>de</strong>s<strong>de</strong>nha da futilida<strong>de</strong> e da loucura <strong>de</strong>les.<br />

E a fim <strong>de</strong> que a carne não continue murmurando e se queixando,<br />

perguntando por que Deus apenas ri dos ímpios, e não toma logo<br />

vingança contra eles, adiciona-se a razão, ou seja, que ele vê que o<br />

dia <strong>de</strong> sua <strong>de</strong>struição está perto: pois ele vê que é chegado seu dia. 16<br />

Don<strong>de</strong> proce<strong>de</strong> que as injúrias que sofremos da parte da impieda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> alguém tanto nos atribulem, senão porque, quando não obtemos o<br />

que <strong>de</strong>pressa pedimos, começamos a <strong>de</strong>sesperar-nos, não vendo nunca<br />

uma situação melhor? Mas aquele que vê o executor em pé atrás do<br />

agressor com sua espada <strong>de</strong>sembainhada não mais <strong>de</strong>seja vingança,<br />

senão que, ao contrário, exulta na prospectiva <strong>de</strong> célere retribuição.<br />

Davi, pois, nos ensina que não é natural que Deus, que vê a <strong>de</strong>struição<br />

dos ímpios bem diante <strong>de</strong> seus olhos, se enfureça e se aborreça<br />

como fazem os homens. Há, então, uma tácita distinção aqui, entre<br />

Deus e os homens que, em meio a dificulda<strong>de</strong>s e confusões do mundo,<br />

não percebem que o dia dos ímpios chegou e que, opressos pelas<br />

16 Diz Ainsworth: “Dia é amiú<strong>de</strong> usado para o tempo do castigo; como: ‘a posterida<strong>de</strong> ficará<br />

perplexa em seu dia’ (Jó 18.20; ‘Ai <strong>de</strong>les, pois chegou o seu dia’ (Jr 1.27. E assim ‘o dia <strong>de</strong> Midiã’<br />

(Is 9.4; ‘o dia <strong>de</strong> Jezreel’ (Os 1.11); ‘o dia <strong>de</strong> Jerusalém’ (Sl 137.7).”

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!