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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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522 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

não sendo <strong>de</strong> forma alguma punição se são gradual e lentamente<br />

<strong>de</strong>struídos. Tal sendo o extravagante <strong>de</strong>sejo que quase todos, sem<br />

exceção, têm <strong>de</strong> ver seus inimigos imediatamente exterminados,<br />

Davi se refreia e discorre sobre o juízo divino como sendo a menor<br />

das calamida<strong>de</strong>s que sobrevirão aos ímpios. É verda<strong>de</strong> que, não<br />

fossem nossos olhos cegos, haveríamos <strong>de</strong> ver uma exibição mais<br />

evi<strong>de</strong>nte da retribuição divina em casos nos quais a <strong>de</strong>struição dos<br />

ímpios é súbita; mas tais casos <strong>de</strong>svanecem tão <strong>de</strong>pressa <strong>de</strong> nossa<br />

lembrança que o salmista tinha razão em expressar seu <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong><br />

que o espetáculo se renovasse constantemente, e assim nosso conhecimento<br />

dos juízos divinos é mais profundamente gravado em<br />

nossos corações. Ele se arma e se fortifica contra a impaciência<br />

ante a <strong>de</strong>longa na execução dos juízos divinos, mediante a consi<strong>de</strong>ração<br />

<strong>de</strong> que Deus tem um expresso <strong>de</strong>sígnio neles, como, fossem<br />

os ímpios exterminados num momento, a lembrança da ocorrência<br />

po<strong>de</strong>ria ser <strong>de</strong>pressa apagada. Há uma censura indireta comunicada<br />

ao povo <strong>de</strong> Israel por falhar em tirar proveito dos mais extraordinários<br />

juízos <strong>de</strong> Deus. Mas o pecado é por <strong>de</strong>mais prevalecente no<br />

mundo mesmo <strong>de</strong> nossos dias. Aqueles juízos que são tão evi<strong>de</strong>ntes<br />

que ninguém po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> observá-los sem fechar seus olhos,<br />

espontaneamente admitimos cair olvido; <strong>de</strong> modo que carecemos<br />

<strong>de</strong> aproximar-nos diariamente daquele teatro on<strong>de</strong> somos compelidos<br />

a perceber a mão divina. Jamais <strong>de</strong>vemos esquecer-nos disto<br />

quando virmos Deus sujeitando seus inimigos a um processo gradual<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>struição, em vez <strong>de</strong> lançar fulminantemente seus trovões<br />

sobre suas cabeças. Ele ora para que Deus os fizesse extraviar-se,<br />

como homens sob a pobreza e miséria, que buscam em todas as<br />

direções, porém <strong>de</strong>bal<strong>de</strong>, um remédio para seus infortúnios. A idéia<br />

é ainda mais vividamente <strong>de</strong>scrita na palavra que se segue: faze-<br />

-os <strong>de</strong>scer, ou: abate-os. Ele <strong>de</strong>sejava que fossem arrebatados da<br />

posição <strong>de</strong> honra a que até agora ocupavam, e arremessados ao<br />

pó da terra, para que fossem, em sua miséria e <strong>de</strong>gradação, uma<br />

constante ilustração da ira <strong>de</strong> Deus. A palavra ‏,בחילך becheylcha,

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