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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 63 • 571<br />

A palavra que traduzi por vida, em hebraico estando no plural, levou<br />

Agostinho a <strong>de</strong>signar um significado filosófico e engenhoso à frase,<br />

porém sem fundamento, visto que o plural da palavra é muito popularmente<br />

usado com sentido singular. Ele consi<strong>de</strong>rava que o termo, vidas,<br />

foi aqui usado em referência à verda<strong>de</strong>: Que homens diferentes amam<br />

diferentes modos <strong>de</strong> vida, buscando alguns riqueza, e outros, prazeres;<br />

<strong>de</strong>sejando alguns o luxo, e alguns, as honras <strong>de</strong>ste mundo, enquanto que<br />

outros se entregam aos seus apetites sensuais. Ele imaginava que havia<br />

no versículo uma oposição <strong>de</strong>clarada entre estes vários tipos <strong>de</strong> vida e a<br />

vida eterna, aqui chamada misericórdia pelo uso <strong>de</strong> uma figura comum <strong>de</strong><br />

linguagem, visto a mesma proce<strong>de</strong>r da graça, e não do mérito [humano].<br />

Mas é muito mais natural enten<strong>de</strong>r a intenção do salmista, ou seja, que<br />

não era <strong>de</strong> nenhuma importância o quanto compartilham os homens da<br />

prosperida<strong>de</strong> e dos meios pelos quais geralmente se pensa estar a vida<br />

segura, sendo a divina misericórdia um fundamento mais sólido <strong>de</strong> confiança<br />

do que qualquer vida elaborada por nós mesmos e do que a soma<br />

<strong>de</strong> todos os <strong>de</strong>mais suportes. 6 Por essa conta o povo do Senhor, por mais<br />

severamente sofra <strong>de</strong> pobreza, ou <strong>de</strong> violência provocada pelos erros<br />

humanos, ou <strong>de</strong> langor provindo dos <strong>de</strong>sejos, ou <strong>de</strong> fome e se<strong>de</strong>, ou <strong>de</strong><br />

infindáveis problemas e ansieda<strong>de</strong>s na vida, não obstante po<strong>de</strong> ser feliz;<br />

porquanto tudo está bem com eles, no melhor sentido do termo, quando<br />

Deus é seu Amigo. Os incrédulos, em contrapartida, são miseráveis, ainda<br />

quando o mundo inteiro sorria para eles; porquanto Deus é seu inimigo, e<br />

a maldição está, necessariamente, associada à sua porção.<br />

Nas palavras que se seguem, Davi expressa sua conseqüente resolução<br />

<strong>de</strong> louvar a Deus. Ao experimentarmos a benevolência divina,<br />

somos levados a abrir nossos lábios em ações <strong>de</strong> graças. Sua intenção é<br />

expressa ainda mais claramente no versículo que vem a seguir, on<strong>de</strong> ele<br />

diz: Por isso te bendirei enquanto eu viver, po<strong>de</strong>ndo o por isso referir-<br />

-se à boa razão que tinha, como já se <strong>de</strong>clarou, para louvar a Deus, ao<br />

6 “Tua benignida<strong>de</strong>, ‏,חסדך chas<strong>de</strong>ca, tua efusiva misericórdia é melhor, ‏,מחיים me-chayim, do que<br />

vidas; ou bom além <strong>de</strong> incontáveis eras da existência humana.” – Dr. Adam Clarke.

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