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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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254 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

<strong>de</strong> ter obtido a vitória sobre o mesmo. Ou po<strong>de</strong>mos melhor dizer que<br />

ele não foi libertado <strong>de</strong>le [o conflito] <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> um alarmante assalto,<br />

mas era com freqüência convocado a entrar em um novo cenário <strong>de</strong><br />

conflito. Não carece que excitemos nossa admiração ante o fato <strong>de</strong><br />

que ele vivesse tão intranqüilo e abatido, já que não conseguia divisar<br />

algum sinal do divino favor para com ele. Mas Davi, neste ponto, apresenta<br />

a si mesmo como se houvera formado dois partidos opostos. No<br />

que concerne ao exercício da fé, ele confiava nas promessas <strong>de</strong> Deus,<br />

sendo armado com o Espírito <strong>de</strong> invencível energia, pondo-se em oposição<br />

às emoções <strong>de</strong> sua carne, restringindo-as e subjugando-as; e, ao<br />

mesmo tempo, repreendia seu próprio coração <strong>de</strong> covardia e imbecilida<strong>de</strong>.<br />

Além do mais, embora travasse guerra contra o diabo e o mundo,<br />

contudo não entra em franco e direto conflito com eles, senão que, ao<br />

contrário, se consi<strong>de</strong>ra como o inimigo contra quem <strong>de</strong>seja principalmente<br />

conten<strong>de</strong>r. Indubitavelmente, a melhor forma <strong>de</strong> vencer Satanás<br />

consiste em não sairmos para fora <strong>de</strong> nós mesmos, mas sustentando<br />

um conflito interno contra os <strong>de</strong>sejos <strong>de</strong> nosso próprio coração. É<br />

preciso, contudo, observar-se que Davi confessa que sua alma estava<br />

abatido em seu íntimo. Pois quando nossas enfermida<strong>de</strong>s se manifestam<br />

em gran<strong>de</strong> escala e, como as ondas do mar, ameaçam tragar-nos,<br />

nossa fé nos parece <strong>de</strong>sfalecer, e conseqüentemente somos vencidos<br />

por mero temor <strong>de</strong> que nos falta coragem, e assim receamos enfrentar<br />

o conflito. Portanto, sempre que tal estado <strong>de</strong> indiferença e <strong>de</strong>salento<br />

se apo<strong>de</strong>ra <strong>de</strong> nós, lembremo-nos <strong>de</strong> que, para governar e vencer os<br />

<strong>de</strong>sejos <strong>de</strong> nossos corações, e especialmente conten<strong>de</strong>r com os sentimentos<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sconfiança que são naturais a todos, é um conflito ao<br />

qual os santos são constantemente chamados. Aqui, porém, há dois<br />

males específicos, os quais por mais evi<strong>de</strong>ntemente diferentes que sejam,<br />

todavia assaltam ao mesmo tempo os nossos corações: um é o<br />

<strong>de</strong>sânimo; o outro, a inquietu<strong>de</strong>. Quando ficamos totalmente abatidos,<br />

não nos <strong>de</strong>svencilhamos da sensação <strong>de</strong> inquietu<strong>de</strong>, a qual nos leva a<br />

murmurar e a nos queixar. O remédio para ambos é adicionado: espera<br />

em Deus, que é o único que nos inspira a mente, primeiramente com

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