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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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558 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

propensos a <strong>de</strong>slizar-nos para o exercício do erro. Po<strong>de</strong>mos rejeitar<br />

o reconhecimento passageiro e ocasional <strong>de</strong> que nosso auxílio só se<br />

encontra em Deus, e ainda abruptamente exibir nossa falta <strong>de</strong> confiança<br />

nele, ocupando-nos, em todas as direções, em suplementar o que<br />

consi<strong>de</strong>ramos <strong>de</strong>fectivo no auxílio divino. Os diversos termos que ele<br />

emprega para expressar a suficiência <strong>de</strong> Deus como libertador po<strong>de</strong>m,<br />

neste caso, consi<strong>de</strong>rar-se como tantos argumentos para a constância<br />

ou os muitos freios que ele aplicaria aos caprichos do coração carnal,<br />

sempre disposto a <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r do apoio <strong>de</strong> outros, e não <strong>de</strong> Deus. Tal é<br />

a forma que ele usa para animar seu próprio espírito; e em seguida o<br />

encontramos dirigindo-se a outros, convocando-os a enfrentar os mesmos<br />

conflitos e a cumular a mesma vitória e triunfo. Pelo termo povo<br />

parece não haver dúvida que ele tem em mente os ju<strong>de</strong>us. Os gentios,<br />

não havendo sido ainda visitados pela verda<strong>de</strong>ira religião e pela divina<br />

revelação, Deus só po<strong>de</strong>ria ser o objeto <strong>de</strong> confiança e invocação<br />

religiosa na Judéia; e tudo indica que, ao distinguir o povo escolhido<br />

do Senhor dos pagãos circunvizinhos, ele insinua quão <strong>de</strong>sditoso seria<br />

se não se <strong>de</strong>votassem inteiramente a Deus, sendo eles, como <strong>de</strong> fato<br />

eram, os filhos <strong>de</strong> Abraão, favorecidos com experiência <strong>de</strong> sua graça,<br />

especialmente tomados sob sua divina proteção. A expressão, em todo<br />

tempo, significa tanto prosperida<strong>de</strong> quanto adversida<strong>de</strong>, notificando<br />

a culpabilida<strong>de</strong> daqueles que vacilavam e sucumbiam sob a própria<br />

variação em suas circunstâncias externas. Deus prova seus filhos com<br />

aflições; aqui, porém, são ensinados por Davi a resisti-las com perseverança<br />

e coragem. Os hipócritas, que são espalhafatosos em seus<br />

louvores a Deus enquanto a prosperida<strong>de</strong> brilha sobre suas cabeças,<br />

ainda que seus corações <strong>de</strong>smaiem ante a primeira aparição <strong>de</strong> provas,<br />

<strong>de</strong>sonram seu nome pondo injuriosa limitação a seu po<strong>de</strong>r. Somos<br />

obrigados a dar honra a seu nome, lembrando, em nossas mais extremas<br />

aflições, que a ele pertencem as conseqüências da morte. E visto<br />

que todos nós somos por <strong>de</strong>mais dispostos, em tais ocasiões, a or<strong>de</strong>nar<br />

silêncio às nossas aflições em nosso próprio peito – circunstância<br />

esta que só po<strong>de</strong> agravar ainda mais a angústia e amargura mental

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