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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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356 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> que nestas coisas externas <strong>de</strong> alguma forma resplan<strong>de</strong>cia<br />

a bênção divina. É preciso que tenhamos sempre em mente o que<br />

ele afirmou num versículo prece<strong>de</strong>nte, a saber: que “Deus em seus palácios<br />

é conhecido como uma fortaleza”. Ao fazer menção aqui <strong>de</strong> suas<br />

torres e muros, não <strong>de</strong>vemos pressupor que o escritor quisesse que os<br />

fiéis confiassem nestas coisas. Ele portanto diz: Contornai Sião, isto é,<br />

olhai para ela cuidadosa e atentamente em todos os lados; contai suas<br />

torres e aplicai vossa mente em consi<strong>de</strong>rar seus muros; isto é, avaliai<br />

seus palácios <strong>de</strong> maneira justa, e então ficará manifesto, além <strong>de</strong> toda<br />

e qualquer dúvida, que esta é a cida<strong>de</strong> escolhida <strong>de</strong> Deus, uma vez que<br />

ela se sobressai a todas as <strong>de</strong>mais cida<strong>de</strong>s. Ao insistir nestes pontos,<br />

todo o seu alvo é fazer manifesto o caráter com que o Senhor investira<br />

Jerusalém ao fazer <strong>de</strong>la um lugar sagrado, on<strong>de</strong> pu<strong>de</strong>sse fazer sua<br />

morada e erigir ali um lugar <strong>de</strong> habitação para seu povo. Parece, além<br />

do mais, que o profeta, ao <strong>de</strong>clarar qual era o objetivo <strong>de</strong> sua exortação,<br />

para que a beleza e magnificência da santa cida<strong>de</strong> pu<strong>de</strong>ssem ser<br />

anunciadas à geração futura, tacitamente nos dá a enten<strong>de</strong>r que por<br />

fim chegaria o tempo em que a cida<strong>de</strong> não mais seria vista. O que precisaria<br />

haver para se dar essa notícia se ela podia ser vista e sempre<br />

esteve diante dos olhos do mundo? Embora houvesse dito um pouco<br />

antes que Jerusalém está estabelecida para sempre, contudo nos ensina<br />

agora, à guisa <strong>de</strong> correção, que tipo <strong>de</strong> perpetuida<strong>de</strong> seria – que<br />

durará só até ao tempo da renovação da Igreja. Fazemos parte <strong>de</strong>ssa<br />

geração futura, à qual se diz que estas coisas serão noticiadas; porque<br />

somos participantes <strong>de</strong> todos os benefícios que Deus, nos dias da antigüida<strong>de</strong>,<br />

conce<strong>de</strong>u a seu antigo povo. O esplendor externo através<br />

do qual Jerusalém era admirada na verda<strong>de</strong> não se mostra claramente<br />

entre nós dos dias mo<strong>de</strong>rnos; mas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a vinda <strong>de</strong> Cristo ao nosso<br />

mundo, a Igreja tem sido não menos rica e magnificentemente adornada<br />

com dons espirituais do que Jerusalém, sob as sombras da lei,<br />

fora nos tempos <strong>de</strong> outrora cercada e fortificada com fortes muralhas<br />

e torres. Traduzi a palavra ‏,פסגו pasgu, enaltecer, exaltar, referindo-a<br />

ao valor que <strong>de</strong>ve ser posto nas torres e na cida<strong>de</strong> por causa <strong>de</strong> sua

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