31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

22 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

o critério da razão, as aflições ocultam seu semblante, assim como as<br />

nuvens obscurecem o brilho do sol. Davi, pois, suplica a Deus a que, ao<br />

dar-lhe imediata assistência, fizesse-lhe evi<strong>de</strong>nte que ele <strong>de</strong>sfrutava <strong>de</strong><br />

sua graça e favor, o que <strong>de</strong> forma alguma é fácil <strong>de</strong> discernir em meio<br />

às trevas das aflições. Ora, diz-se que Deus levanta sobre nós a luz <strong>de</strong><br />

seu rosto <strong>de</strong> duas maneiras: ou quando ele abre seus olhos e assume<br />

o comando <strong>de</strong> nossos afazeres, ou quando ele nos mostra seu favor.<br />

Estes dois elementos são <strong>de</strong>veras inseparáveis, ou, antes, um <strong>de</strong>pen<strong>de</strong><br />

do outro. Mas, pelo primeiro modo <strong>de</strong> se expressar, nós, segundo<br />

nossas concepções carnais, atribuímos a Deus uma mutabilida<strong>de</strong> que,<br />

propriamente falando, não lhe pertence. Enquanto que a segunda forma<br />

<strong>de</strong> se expressar indica que nossos próprios olhos, e não os olhos<br />

<strong>de</strong> Deus, estão fechados ou ofuscados quando parece não levar ele em<br />

conta nossas aflições. Pelo termo, preserva-me, Davi explica o que quis<br />

dizer com a primeira expressão; mas como naquele tempo não houve<br />

qualquer aparente segurança para, então se anima a esperar por ela,<br />

pondo diante <strong>de</strong> seus olhos a bonda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus.<br />

17. Ó Jehovah, não me <strong>de</strong>ixes ser envergonhado! Nestas palavras,<br />

o salmista dá seguimento à sua oração, e para fortalecer suas<br />

esperanças ele se contrasta com seus inimigos; pois teria sido mais<br />

que absurdo permitir aos que, com sua perversida<strong>de</strong> tão <strong>de</strong>sabrida,<br />

provocavam a ira <strong>de</strong> Deus para escaparem com impunida<strong>de</strong>, e aquele<br />

que era inocente e <strong>de</strong>scansava em Deus fosse <strong>de</strong>sapontado e se tornasse<br />

alvo <strong>de</strong> chacota. Conseqüentemente, aqui percebemos qual a<br />

implicação da comparação que o salmista faz. Além do mais, em vez <strong>de</strong><br />

falar <strong>de</strong> sua esperança ou confiança, ele agora fala <strong>de</strong> sua invocação a<br />

Deus, dizendo: porque te tenho invocado. E faz isso por boas razões,<br />

pois aquele que confia na providência divina <strong>de</strong>ve fugir para Deus com<br />

orações e forte clamor. Que eles emu<strong>de</strong>çam na sepultura subenten<strong>de</strong><br />

a morte, quando ela sobrevem aos ímpios, restringindo-os e impedindo-os<br />

<strong>de</strong> prosseguir em suas injúrias. Este emu<strong>de</strong>cer se opõe tanto às<br />

suas maquinações enganosas e traiçoeiras quanto aos seus insolentes<br />

insultos. No próximo versículo, pois, ele adiciona: Que os lábios men-

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!