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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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272 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

muitos séculos, se tornaram testemunhas e arautos da graça que Deus<br />

exercera para com este povo expressava o relatório da primeira geração,<br />

os fiéis estão autorizados a dizer, como aqui fazem, que seus<br />

pais lhes <strong>de</strong>clararam o que certamente conheciam, porque o conhecimento<br />

<strong>de</strong>le não se havia perdido por razão <strong>de</strong> sua iniqüida<strong>de</strong>, mas<br />

era continuamente preservado pela memória <strong>de</strong>le <strong>de</strong> pais para filhos.<br />

A suma <strong>de</strong> tudo é que Deus se manifestara sua bonda<strong>de</strong> para com os<br />

filhos <strong>de</strong> Abraão, não só por <strong>de</strong>z ou vinte anos, mas sempre, visto que<br />

os recebera em seu favor, jamais cessou <strong>de</strong> <strong>de</strong>rramar sobre eles contínuos<br />

sinais <strong>de</strong> sua graça.<br />

2. Tu expulsaste os pagãos com tua mão. Eis uma ilustração<br />

do versículo prece<strong>de</strong>nte. Pois o escritor inspirado não tinha expressamente<br />

ainda se referido à obra <strong>de</strong> Deus, cuja fama havia sido<br />

preservada por seus pais. Portanto agora acrescenta: Deus, com sua<br />

própria mão, expulsou os pagãos, a fim <strong>de</strong> plantar em seu lugar os filhos<br />

<strong>de</strong> Abraão; os <strong>de</strong>vastou e os <strong>de</strong>struiu, para que fizesse aumentar e<br />

multiplicar a semente <strong>de</strong> Abraão. Ele compara os antigos habitantes<br />

da terra <strong>de</strong> Canaã a árvores; porque, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> muito continuavam <strong>de</strong><br />

posse do país, tinham, por assim dizer, fincado raízes nele. A mudança<br />

abrupta, pois, que ocorreu entre eles foi como se um homem<br />

arrancasse árvores pelas raízes e plantasse outras em seu lugar. Mas<br />

como não era suficiente que o antigo povo <strong>de</strong> Deus primeiro fosse<br />

plantado no país, outra metáfora é aqui adicionada, pela qual os fiéis<br />

testificam que a bênção divina fez que este povo escolhido aumentasse<br />

e se multiplicasse, como se fossem uma árvore, lançando suas<br />

raízes e esten<strong>de</strong>ndo seus galhos frondosamente, ganhando ainda<br />

maior força no lugar on<strong>de</strong> fora plantado. Além disso, é necessário<br />

observar com que propósito é que os fiéis aqui magnificam esta<br />

manifestação da graça divina. Às vezes suce<strong>de</strong> que nosso próprio<br />

coração nos sugere motivos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sesperança quando começamos<br />

a concluir que Deus nos rejeitou, visto que ele não continua a nos<br />

conce<strong>de</strong>r os mesmos benefícios que em sua benevolência se dignou<br />

conce<strong>de</strong>r a nossos pais. Mas era completamente inconsistente que

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