31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

352 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

não milita contra a afirmação aqui feita; porque, antes que esse evento<br />

ocorresse, a restauração da cida<strong>de</strong> foi predita por Jeremias [27.22], e<br />

portanto, quando isso ocorreu, Deus realmente, e <strong>de</strong> uma maneira muito<br />

especial, mostrava quão inabalável era sua obra. E agora, visto que<br />

Cristo, com sua vinda, renovou o mundo, tudo quanto foi outrora dito<br />

acerca da cida<strong>de</strong> pertence à Jerusalém espiritual, a qual se difundiu<br />

por todos os países do mundo. Portanto, sempre que nossas mentes se<br />

agitam e caem em perplexida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>vemos trazer à memória a verda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> que, sejam quais forem os perigos e apreensões que nos ameacem,<br />

a segurança da Igreja que Deus estabeleceu, por mais dolorosamente<br />

abalada ela seja, por mais po<strong>de</strong>rosamente assaltada, jamais po<strong>de</strong>rá ser<br />

<strong>de</strong>masiadamente enfraquecida e envolvida em ruína. O verbo que está<br />

no tempo futuro, estabelecerá, po<strong>de</strong> ser invertido para o pretérito, estabeleceu;<br />

isso, porém, não causará nenhuma diferença no sentido.<br />

9. Temos aguardado por tua misericórdia, ó Deus! Este versículo<br />

nos ensina que os fiéis foram preservados pelo po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Deus; porque,<br />

quando todas as coisas caíram num estado da mais grave confusão,<br />

continuaram tranqüilos e pacientes até que Deus, por fim, tocado <strong>de</strong><br />

‏,דמם,‏hebraico compaixão por eles, lhes provesse auxílio. O termo<br />

damam, o qual traduzimos, aguardar, propriamente significa ficar<br />

em silêncio, e é aqui usado para <strong>de</strong>notar tranqüilida<strong>de</strong> mental. Disto<br />

concluímos que o povo <strong>de</strong> Deus era tão acossado pelos perigos,<br />

que, tivessem atentado para o juízo do senso e razão carnais, teriam<br />

sido esmagado pelo terror; ainda quando sabemos que os homens se<br />

acham num estado <strong>de</strong> contínua intranqüilida<strong>de</strong>, se <strong>de</strong>ixando levar <strong>de</strong><br />

um a outro lado por ventos contrários, até que a fé tranqüilize suas<br />

mentes e os faça sossegar em verda<strong>de</strong>ira paciência. O equivalente do<br />

que o salmista diz é que os fiéis, embora severamente afligidos, não se<br />

<strong>de</strong>sviaram <strong>de</strong> seus propósistos nem <strong>de</strong>sistiram <strong>de</strong> confiar no socorro<br />

divino; senão que, ao contrário, mediante sua paciência e esperança,<br />

abriram os portões da graça divina. Isso serviu para magnificar e ilustrar<br />

a imensidão da graça <strong>de</strong> Deus, a saber, que suas expectativas <strong>de</strong><br />

receberem assistência <strong>de</strong>le não se frustraram. Deste fato po<strong>de</strong>mos

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!