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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 55 • 475<br />

los, e vão quase a pique pelas tormentas, no meio das quais se vêem<br />

sitiados. À luz <strong>de</strong> tão <strong>de</strong>sgraçado estado Davi <strong>de</strong>clara que serão eventualmente<br />

libertados e abençoados com o término pacífico <strong>de</strong> todos<br />

os estressantes perigos e cuidados.<br />

23. Tu, ó Deus, os lançarás no poço <strong>de</strong> corrupção. Ele volta a falar<br />

<strong>de</strong> seus inimigos, com vistas a mostrar o mesmo diferente fim que<br />

os aguarda, à luz daquilo que po<strong>de</strong> ser esperado pelos justos. A única<br />

reflexão que conforta estes, quando se vêem lançados aos pés <strong>de</strong> seus<br />

opressores, é que po<strong>de</strong>m confiadamente olhar para um resultado pacífico<br />

provindo dos perigos que os cercam; enquanto que, por outro lado,<br />

po<strong>de</strong>m discernir pela fé a infalível <strong>de</strong>struição que pen<strong>de</strong> sobre os ímpios.<br />

A palavra hebraica, ‏,שחת shachath, significa a sepultura, e visto que parece<br />

haver uma improprieda<strong>de</strong> em dizer que são lançados no poço da<br />

sepultura, alguns lêem preferentemente o poço <strong>de</strong> corrupção, 30 sendo a<br />

palavra <strong>de</strong>rivada <strong>de</strong> ‏,שחת shachath, corromper ou <strong>de</strong>struir. É uma questão<br />

<strong>de</strong> pouca conseqüência qual significação é adotada; uma coisa é óbvia:<br />

Davi preten<strong>de</strong> asseverar que seriam surpreendidos, não só por uma <strong>de</strong>struição<br />

temporária, mas também eterna. E aqui ele realça a distinção<br />

existente entre eles e os justos. Estes po<strong>de</strong>m precipitar-se num muito<br />

profundo poço <strong>de</strong> calamida<strong>de</strong> mundana, mas se erguerão novamente. A<br />

ruína que aguarda seus inimigos é aqui <strong>de</strong>clarada como sendo mortal, visto<br />

que os lançará na sepultura para que apodreçam ali. Ao <strong>de</strong>nominá-los<br />

<strong>de</strong> homens <strong>de</strong> sangue, ele chama a atenção para um motivo que confirmava<br />

a asserção que fizera. A vingança divina é infalível para surpreen<strong>de</strong>r o<br />

cruel e fraudulento; e sendo este o caráter <strong>de</strong> seus adversários, ele infere<br />

que o castigo <strong>de</strong>les seria inevitável. Po<strong>de</strong>-se perguntar: “Do que consiste,<br />

em nossa observação, que os homens <strong>de</strong> sangue não vivem a meta<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

seus dias? Se o caráter se aplica a qualquer um, então <strong>de</strong>vem aplicar-se<br />

com peculiar vigor aos tiranos que <strong>de</strong>stinam seus semelhantes à matança<br />

por mera satisfação <strong>de</strong> suas licenciosas paixões. Evi<strong>de</strong>ntemente, é a tais<br />

assassinos, e não aos assassinos corriqueiros, que o salmista se refere<br />

30 A versão Caldaica o explica assim: “o profundo Gehenna.”

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