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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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56 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

préstimo dos homens; mas as Escrituras amiú<strong>de</strong> ensinam em outras<br />

passagens que o mundo foi criado por aquela Eterna Palavra que, sendo<br />

o unigênito Filho <strong>de</strong> Deus, manifestou-se mais tar<strong>de</strong> em carne.<br />

7. Ele ajunta as águas do mar como um montão. 7 Neste ponto<br />

o salmista não fala <strong>de</strong> tudo o que po<strong>de</strong>ria ter sido dito <strong>de</strong> cada parte<br />

do mundo, mas, sob um único <strong>de</strong>partamento, ele compreen<strong>de</strong> todo o<br />

resto. Ele celebra, contudo, um sinal e notável milagre que vemos ao<br />

mirarmos a superfície da terra, ou seja, que Deus reúne o elemento<br />

água, líquido e instável como é, num sólido montão e ali a mantém segundo<br />

seu prazer. Os filósofos naturalistas confessam, e a experiência<br />

publicamente proclama, que as águas ocupam um lugar mais elevado<br />

que a terra. Como é possível que, visto que são líquidas e naturalmente<br />

se dispõem a jorrar, não se espalham e cobrem a terra, e como é que<br />

a terra, que está num plano inferior, permanece seca? Aqui certamente<br />

percebemos que Deus, que está sempre atento ao bem-estar da raça<br />

humana, fechou as águas <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> certos limites invisíveis e as mantém<br />

encerradas até o presente momento; e o profeta elegantemente<br />

<strong>de</strong>clara que elas obe<strong>de</strong>cem às or<strong>de</strong>ns <strong>de</strong> Deus, como se fossem um<br />

monte <strong>de</strong> matéria fixa e sólida. Nem é sem propósito que o Espírito<br />

Santo, em diversas passagens, faz alusão a esta prova do po<strong>de</strong>r divino,<br />

como em Jeremias 5.22 e em Jó 38.8.<br />

Na segunda parte do versículo, ele parece reiterar a mesma idéia,<br />

com ampliação. Deus não só confina a imensa mansa <strong>de</strong> águas nos oceanos,<br />

mas também as oculta, por um misterioso e incompreensível po<strong>de</strong>r,<br />

nas próprias entranhas da terra. Quem se <strong>de</strong>r ao trabalho <strong>de</strong> comparar<br />

os elementos entre si haverá <strong>de</strong> reconhecer que é contrário à natureza<br />

que as profun<strong>de</strong>zas ou os imensuráveis abismos <strong>de</strong> águas, cuja natural<br />

tendência é, antes, tragar a terra, mantendo-a oculta em seu seio. Que<br />

tantas cavida<strong>de</strong>s, canais e abismos, por conseguinte, não tragam a terra a<br />

7 Em Gênesis 1.9 lemos: “Ajuntem-se num só lugar as águas que estão <strong>de</strong>baixo do céu, e apareça<br />

o elemento seco. E assim se fez.” Aqui o salmista provavelmente faz referência a essa passagem,<br />

visto que no versículo 9 há evi<strong>de</strong>ntemente uma imitação do estilo no qual Deus é <strong>de</strong>scrito no<br />

primeiro capítulo <strong>de</strong> Gênesis como que plasmando a obra da criação.

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