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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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344 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

Com respeito à palavra ‏,נופ noph, a qual traduzimos, localização, os<br />

comentaristas não estão concor<strong>de</strong>s. Há quem a interprete no sentido<br />

<strong>de</strong> altitu<strong>de</strong> ou elevação, como se fosse dito que Jerusalém estava situada<br />

sobre um terreno alto e elevado. Outros a traduzem por clima; 1<br />

visto que os ju<strong>de</strong>us metaforicamente chamam as regiões climáticas <strong>de</strong><br />

ramos, 2 por conta da extensão a que eles se espalham. Numa questão<br />

como esta, a qual não é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> conseqüência, não me disponho a<br />

ser muito crítico. Apenas tenho selecionado aquela tradução que me<br />

parece a mais provável, ou seja, que o país em sua aparência era preeminentemente<br />

aprazível <strong>de</strong>leitoso. Quando o salmista diz que o monte<br />

Sião se encontra sobre os lados do norte, é duvidoso se ele o <strong>de</strong>lineia<br />

como uma menção do monte Sião que está assentado ou que olha para<br />

o note, ou se <strong>de</strong>vemos explicar a cláusula assim: embora o monte Sião<br />

tenha sua vista voltada para o norte, isso não diminui no mínimo grau<br />

sua beleza. A primeira interpretação, contudo, parece-me imprimir<br />

um significado mais natural. Encontramos o profeta Isaías, com vistas<br />

também a realçar a excelência <strong>de</strong>sta montanha, aplicando-lhe a mesma<br />

expressão que aqui se emprega. No capítulo 14 <strong>de</strong> sua profecia, no<br />

versículo 13, ele apresenta Senaqueribe falando assim: “Eu subirei ao<br />

céu, acima das estrelas <strong>de</strong> Deus exaltarei meu trono, e no monte da<br />

congregação me assentarei, aos lados do norte.”<br />

O salmista, a seguir, chama o monte Sião a alegria <strong>de</strong> toda a terra.<br />

E assim a <strong>de</strong>screve não só porque os ju<strong>de</strong>us tolamente diziam que o<br />

país era saudável em virtu<strong>de</strong> da suavida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu clima, ou porque<br />

produzia doces e excelentes frutos, os quais agradavam e produziam<br />

<strong>de</strong>leite às nações estrangeiras – mas porque dali a salvação fluía para<br />

1 Beleza climática, isto é, o monte Sião está situado num clima belo e ameno. Este é o ponto <strong>de</strong><br />

vista <strong>de</strong>fendido por Montanus e Ainswoeth. Bate e Parkhurst traduzem assim: “Beleza em extensão,<br />

isto é, no prospecto em que ele se esten<strong>de</strong> à vista.”<br />

2 Algumas cópias antigas da Septuaginta têm para as palavras originais, ניף ‏,יפה yepheh noph, as<br />

quais Calvino traduz formoso pela localização, εὐρύνων, o que Agostinho e Ambrósio traduzem<br />

por dilatans, espalhando. “Isto”, diz Hammond, “não po<strong>de</strong> improvavelmente dizer respeito a uma<br />

noção <strong>de</strong> ‏,נוף usual na Misneh para os ramos ou galhos altos <strong>de</strong> uma árvore; o que alguns dos ju<strong>de</strong>us<br />

também teriam feito aqui, como comparar Sião a uma árvore formosa e frondosa.”

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