31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Salmo 40 • 211<br />

nação, nos nutrimos <strong>de</strong> ilusões, somos tentados por infindáveis maus<br />

exemplos, Davi imediatamente acrescenta que é bem-aventurado quem<br />

‏,רהבים não pen<strong>de</strong> para os soberbos. É verda<strong>de</strong> que alguns traduzem<br />

rehabim, os ricos ou os gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ste mundo, mas in<strong>de</strong>vidamente, em<br />

minha opinião. Porque soberba e <strong>de</strong>svio para mentiras são duas coisas<br />

que Davi, nesta passagem, mantém juntas. Pen<strong>de</strong>r para os gran<strong>de</strong>s da<br />

terra, portanto, não significa, como se supõe, confiar em seu po<strong>de</strong>r e<br />

riquezas, como se o bem-estar humano <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>sse disto, mas, antes,<br />

significa <strong>de</strong>ixar-se levar por seus exemplos, imitar sua conduta. Ao<br />

olharmos para todos os lados e vemos os homens inflados <strong>de</strong> soberba,<br />

os quais <strong>de</strong>s<strong>de</strong>nham <strong>de</strong> Deus, e atribuímos sua mais elevada felicida<strong>de</strong><br />

à ambição, à frau<strong>de</strong>, à extorsão, às maquinações astutas, um perverso<br />

<strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> imitá-los se assenhoreia gradualmente <strong>de</strong> nós; especialmente<br />

quando tudo surge ao sabor <strong>de</strong> seus <strong>de</strong>sejos, uma fútil e ilusória expectativa<br />

nos insinua que tentemos a mesma sorte. Davi, pois, sabiamente<br />

e fundado em boas razões, nos adverte que, para termos nossa mente<br />

constantemente voltada para uma sincera confiança em Deus somente,<br />

<strong>de</strong>vemos guardar-nos contra os maus exemplos que sempre buscam<br />

atrair-nos, <strong>de</strong> todos os lados, a apostatar <strong>de</strong>le [Deus]. Além do mais, ao<br />

dizer que os soberbos se <strong>de</strong>sviam para a mentira, ou para a vacuida<strong>de</strong>, 6<br />

assim ele <strong>de</strong>screve sucintamente a tola confiança carnal. Que outra coisa<br />

é a soberba dos que põem suas fantasias no lugar <strong>de</strong> Deus senão uma<br />

fútil ilusão? Certamente, o homem que, inchado pelo anelo <strong>de</strong> tolo conceito,<br />

arroga alguma coisa para si, no mesmo grau, se vangloria <strong>de</strong> sua<br />

própria <strong>de</strong>struição. Em suma, a soberba e a vaida<strong>de</strong> são opostas à santa<br />

confiança que se lança somente nos braços divinos; pois não há nada<br />

mais difícil para a carne do que confiar só em Deus, e o mundo está sempre<br />

cheio <strong>de</strong> pessoas orgulhosas e arrogantes que, confortando-se com<br />

as vãs fascinações, prontamente corromperiam as mentes dos santos,<br />

caso este impedimento não fosse posto sobre eles, para restringir, como<br />

com um freio, suas errôneas e extravagantes opiniões.<br />

6 “Ou vanité.” – v.f.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!