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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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292 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

em sua incomparável bonda<strong>de</strong> ele perdoe plenamente todos os nossos<br />

pecados, todavia nos <strong>de</strong>ixa expostos a imerecidas perseguições<br />

para que, com maior alacrida<strong>de</strong>, nos gloriemos em levar a cruz com<br />

Cristo, e com isso tornar-nos partícipes com ele em sua bendita ressurreição.<br />

Já dissemos que não havia outra razão por que a fúria do<br />

inimigo fosse tão inflamada contra eles, senão para que o povo não<br />

se revoltasse contra a lei e não viesse a renunciar o culto <strong>de</strong>vido<br />

ao Deus verda<strong>de</strong>iro. Agora nos resta aplicar esta doutrina às nossas<br />

próprias circunstâncias. Primeiro, consi<strong>de</strong>remos que ela nos faz,<br />

segundo o exemplo dos pais, pacientemente submissos às aflições<br />

pelas quais se faz necessário selarmos a confissão <strong>de</strong> nossa fé. Segundo,<br />

que mesmo nas mais profundas aflições, <strong>de</strong>vemos continuar<br />

a invocar o nome <strong>de</strong> Deus e a permanecer em seu temor. Paulo, contudo,<br />

em sua Epístola aos Romanos [8.36], vai ainda mais além, pois<br />

faz esta citação não só à guisa <strong>de</strong> exemplo, mas também afirma que<br />

a condição da Igreja em todos os tempos se acha aqui retratada. E<br />

assim, pois, <strong>de</strong>vemos consi<strong>de</strong>rar como uma questão axiomática que<br />

um estado <strong>de</strong> contínuo combate, carregando a cruz, nos é imposto<br />

por divina <strong>de</strong>terminação. É verda<strong>de</strong> que às vezes uma trégua ou<br />

pausa é possível que nos seja concedida; pois Deus tem compaixão<br />

<strong>de</strong> nossas <strong>de</strong>bilida<strong>de</strong>s. Mas ainda que a espada da perseguição nem<br />

sempre se acha <strong>de</strong>sembainhada contra nós, todavia, uma vez que<br />

somos membros <strong>de</strong> Cristo, cabe-nos estar sempre <strong>de</strong> prontidão para<br />

sopesarmos a cruz juntamente com ele. Portanto, para que a dureza<br />

da cruz não nos faça <strong>de</strong>smaiar, tenhamos sempre diante <strong>de</strong> nossos<br />

olhos esta condição da Igreja, ou seja, visto que fomos adotados<br />

em Cristo, estamos <strong>de</strong>stinados ao matadouro. Se nos negarmos <strong>de</strong><br />

fazer isso, nos sobrevirá o mesmo que suce<strong>de</strong> a muitos réprobos;<br />

pois visto que em seu juízo por <strong>de</strong>mais severo e miserável estado,<br />

mesmo enquanto vivem são continuamente mortos, é que sejam expostos<br />

ao <strong>de</strong>sprezo <strong>de</strong> outros, não encontrando sequer um momento<br />

isentos <strong>de</strong> temor – <strong>de</strong>svencilhar-se daquela necessida<strong>de</strong> que os faça<br />

vergonhosamente renunciar e negar a Cristo. Portanto, a fim <strong>de</strong> que

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