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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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440 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

1. Por que te vanglorias em tua perversida<strong>de</strong>? O êxito que coroou<br />

a traição <strong>de</strong> Doegue teria feito a fé <strong>de</strong> Davi consi<strong>de</strong>ravelmente<br />

confusa; e tudo indica ter ele adotado a veemência <strong>de</strong> santa provocação<br />

com que começa o Salmo, a fim <strong>de</strong> armar-se mais eficientemente<br />

contra esta tentação. Começa acusando a Doegue com agravo <strong>de</strong> sua<br />

culpa, ao vangloriar-se do po<strong>de</strong>r que havia adquirido através <strong>de</strong> um ato<br />

<strong>de</strong> consumada vilania. Tal po<strong>de</strong>r po<strong>de</strong> ter sido suficientemente consi<strong>de</strong>rável<br />

para atrair a notícia que é aqui extraído <strong>de</strong>la. Pois embora ele<br />

não passasse <strong>de</strong> um simples “chefe dos pastores do rei”, a <strong>de</strong>signação<br />

não significava que simples e pessoalmente se ocupava <strong>de</strong> pastorear o<br />

gado, mas po<strong>de</strong>ria ser um título mais honroso, como costumamos nas<br />

cortes mo<strong>de</strong>rnas falar <strong>de</strong> “o Comandante da Cavalaria”. Ele é lembrado<br />

<strong>de</strong> que não havia razão pela qual se aplaudisse em sua gran<strong>de</strong>za, enquanto<br />

o usava mal a propósitos <strong>de</strong> perversida<strong>de</strong>; nem por que seria<br />

vão qualquer nova honra que o rei lhe conferisse em consi<strong>de</strong>ração <strong>de</strong><br />

seu último crime, quando a integrida<strong>de</strong> é a única vereda segura para o<br />

po<strong>de</strong>r e promoção. Qualquer triunfo que se po<strong>de</strong> obter por meio da violência,<br />

da traição ou quaisquer outros meios injustificados, tem curta<br />

duração. Na segunda parte do versículo, ele aponta a verda<strong>de</strong>ira causa<br />

da cegueira e estupi<strong>de</strong>z que levam os homens a gloriar-se em sua perversida<strong>de</strong><br />

que os leva a <strong>de</strong>sprezar o pobre e humil<strong>de</strong>, a imaginar que<br />

Deus não se con<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>rá a nutrir interesse em seu favor, e por isso<br />

aproveitam a ocasião para oprimi-lo impunemente. Não levam em conta<br />

que a providência que Deus exerce sobre seus próprios filhos. Davi, no<br />

exercício <strong>de</strong> uma santa confiança, <strong>de</strong>safia tão soberbos fanfarrões que<br />

<strong>de</strong>sonram a bonda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus; e visto que a bonda<strong>de</strong> divina nem sempre<br />

segue o mesmo curso – ocasionalmente parece sofrer interrupção<br />

e às vezes é como se fosse completamente extinta –, Davi repele qualquer<br />

tentação que tal fato pu<strong>de</strong>sse sugerir, asseverando que, por mais<br />

que as aparências digam o contrário, ela é diariamente exercida. Este é<br />

evi<strong>de</strong>ntemente o significado que ele preten<strong>de</strong> comunicar, a saber, que<br />

quaisquer obstruções parciais que possam ocorrer na manifestação<br />

<strong>de</strong>la nunca po<strong>de</strong> impedir sua constante renovação. Ele estava confiante

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