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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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446 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

se sentira condicionado, pelo exercício da fé, a contemplar a gran<strong>de</strong>za<br />

mundana <strong>de</strong> Doegue com santo <strong>de</strong>sdém; e agora o encontramos<br />

se erguendo superior a tudo que era presentemente aflitivo em sua<br />

própria condição. Ainda que aparentemente ele mais se assemelhava<br />

ao tronco seco <strong>de</strong> uma árvore arrancada do chão, ele se compara, na<br />

confiança da chegada da prosperida<strong>de</strong>, a uma árvore ver<strong>de</strong>. Não careço<br />

dizer que a <strong>de</strong>struição <strong>de</strong> Doegue só po<strong>de</strong>ria comunicar conforto<br />

à sua mente na forma <strong>de</strong> convencê-lo que Deus era o vingador e juiz<br />

da cruelda<strong>de</strong> humana, e levá-lo a inferir que, como Deus havia punido<br />

seus próprios erros, assim ele se manifestaria para novas expansões<br />

da prosperida<strong>de</strong>. À luz <strong>de</strong>sta linguagem, aparentemente não podia conceber<br />

mais sublime felicida<strong>de</strong> em sua condição do que ser admitido no<br />

número dos adoradores <strong>de</strong> Deus e se envolver nos exercícios <strong>de</strong> <strong>de</strong>voção.<br />

Esta era uma característica <strong>de</strong> seu espírito. Já tivemos ocasião <strong>de</strong><br />

ver que ele sentia o banimento do santuário divino mais agudamente<br />

do que a separação <strong>de</strong> sua própria consorte, a perda da substância<br />

mundana, ou os perigos e obstáculos do <strong>de</strong>serto. A idéia <strong>de</strong> que aqui<br />

se faz uma alusão, à guisa <strong>de</strong> contraste, a Doegue vindo ao tabernáculo<br />

condição próspera <strong>de</strong> Nabucodonosor: “Eu, Nabucodonosor, estava sossegado em minha casa, e<br />

próspero em meu palácio.” O fato é que a cor da oliveira, além <strong>de</strong> ser <strong>de</strong> um ver<strong>de</strong> brilhante e vívido,<br />

é escura, <strong>de</strong>sagradável e amarelenta. Os turistas, quando contemplam essa árvore, experimentam<br />

uma sensação <strong>de</strong> <strong>de</strong>sapontamento por não vê-la <strong>de</strong> posse <strong>de</strong> um verdor vívido que esperavam<br />

ver à luz da <strong>de</strong>scrição dada nas Escrituras. Um excelente excursionista, Mr. Sharpe, escrevendo<br />

da Itália, assim se expressa sobre o tema: “Os campos, e <strong>de</strong> fato toda a feição da Toscânia, são<br />

<strong>de</strong> certa maneira cobertos <strong>de</strong> oliveiras; mas a oliveira não correspon<strong>de</strong> ao caráter que <strong>de</strong>la havia<br />

concebido. O salmista real, e alguns dos escritores sacros, falam com êxtase da ‘oliveira ver<strong>de</strong>jante’,<br />

<strong>de</strong> modo que eu esperava ver uma beleza ver<strong>de</strong>; e confesso que me sinto miseravelmente<br />

<strong>de</strong>sapontado em <strong>de</strong>scobrir que sua coloração se assemelha às nossas sebes quando se encontram<br />

cobertas <strong>de</strong> pó.” Mas esse <strong>de</strong>sapontamento sentido por Mr. Sharpe não se <strong>de</strong>ve à excessiva ou<br />

exagerada coloração <strong>de</strong>scrita pelos escritores sacros, senão que provém do mal-entendido oriundo<br />

do significado que se imprime à sua linguagem. A beleza da oliveira é representada em outras<br />

partes da Escritura como que consistindo, não do verdor <strong>de</strong> sua folhagem, mas na expansão <strong>de</strong><br />

seus ramos (Os 14.6). – Harmer’s Observations, vol. iii. pp. 255-257. A proprieda<strong>de</strong> e beleza da comparação<br />

que Davi aqui faz surge do fato <strong>de</strong> que a oliveira é uma árvore sempre ver<strong>de</strong>, bem como,<br />

consi<strong>de</strong>rando seu tamanho, <strong>de</strong> longa vida. Enquanto Davi, no versículo 5, predisse a súbita e total<br />

<strong>de</strong>struição <strong>de</strong> Doegue, comparando-o a uma árvore arrancada pelas raízes, agora, em contraste<br />

com isso, o representa tal como uma oliveira jovem, vigorosa, que tinha muito para viver e prosperar;<br />

esperando confiandamente obter aquela paz e prosperida<strong>de</strong> externas, as quais Deus lhe<br />

prometera, e, juntamente com isso, o <strong>de</strong>sfruto <strong>de</strong> todas as bênçãos espirituais.

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