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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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322 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

que fluía <strong>de</strong> Shiloah, e que atravessava a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Jerusalém. Demais,<br />

o profeta, não tenho dúvida, aqui indiretamente reprova a vã confiança<br />

daqueles que, fortificados pela assistência terrena, imaginam que<br />

se encontram bem protegidos e além do alcance <strong>de</strong> todo e qualquer<br />

perigo. Os que ansiosamente buscam fortificar-se <strong>de</strong> todos os lados<br />

com os invencíveis anteparos do mundo parecem, <strong>de</strong>veras, concluir<br />

que são capazes <strong>de</strong> impedir que seus inimigos <strong>de</strong>les se aproximem,<br />

justamente como se estivessem cercados <strong>de</strong> todos os lados pelo mar.<br />

Mas amiú<strong>de</strong> suce<strong>de</strong> que as mesmas <strong>de</strong>fesas que haviam engendrado<br />

se convertem em sua própria <strong>de</strong>struição, à semelhança <strong>de</strong> uma tempesta<strong>de</strong><br />

que <strong>de</strong>vasta e <strong>de</strong>strói uma terra ao inundá-la. Mas os que<br />

confiam na proteção divina, embora na estima do mundo se acham<br />

expostos a todo gênero <strong>de</strong> injúrias, e não são suficientemente capazes<br />

para repelir os assaltos armados contra eles, não obstante repousam<br />

em segurança. É por essa conta que Isaías [8.6] reprova os ju<strong>de</strong>us por<br />

<strong>de</strong>sprezarem as tênues águas que fluíam <strong>de</strong> Shiloah, e anelavam pelos<br />

rios profundos e rápidos.<br />

Nessa passagem, há uma elegante antítese entre o pequeno ribeiro<br />

<strong>de</strong> Shiloah, <strong>de</strong> um lado, e o Nilo e o Eufrates, do outro; como<br />

se ele quisesse dizer: Defraudam a Deus <strong>de</strong> sua honra pela indigna<br />

reflexão <strong>de</strong> que quando ele <strong>de</strong>cidiu escolher a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Jerusalém,<br />

ele não fez a necessária provisão acerca <strong>de</strong> fortalezas e fortificações<br />

para sua <strong>de</strong>fesa e preservação. E com toda certeza, se este<br />

Salmo foi escrito <strong>de</strong>pois da mortanda<strong>de</strong> e fuga do exército <strong>de</strong> Senaqueribe,<br />

é provável que o escritor inspirado, propositadamente,<br />

tenha feito uso da mesma metáfora com o fim <strong>de</strong> ensinar aos fiéis<br />

<strong>de</strong> todos os tempos que só a graça <strong>de</strong> Deus lhes seria suficiente<br />

proteção, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da assistência do mundo. De maneira<br />

similar, o Espírito Santo ainda nos exorta e nos encoraja a nutrir<br />

a mesma confiança, ou seja, que, <strong>de</strong>sprezando todos os recursos<br />

dos que a si mesmos se magnificam contra nós, preservemos nossa<br />

tranqüilida<strong>de</strong> em meio à inquietu<strong>de</strong> e perturbação, e que não nos<br />

entristeçamos nem nos envergonhemos por conta <strong>de</strong> nossa in<strong>de</strong>-

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