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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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530 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

Ó Deus, tu nos rejeitaste. Com o intuito <strong>de</strong> estimular a si e aos <strong>de</strong>mais<br />

a uma mais séria consi<strong>de</strong>ração da benevolência divina, a qual ele<br />

presentemente experimentava, começa o Salmo com oração; e uma comparação<br />

é instituída, <strong>de</strong>stinada a mostrar que o governo <strong>de</strong> Saul estivera<br />

sob a divina reprovação. Ele se queixa das tristes confusões em que a<br />

nação fora lançada, e ora para que Deus se volvesse para ela em misericórdia<br />

e restabelecesse suas ativida<strong>de</strong>s. Há quem pense que Davi, neste<br />

caso, chama a atenção para sua própria condição <strong>de</strong> infortúnio; o que<br />

é bem provável. Admito que, antes <strong>de</strong> subir ao trono, ele experimentou<br />

profundas aflições; neste lugar, porém, ele evi<strong>de</strong>ntemente fala <strong>de</strong> todo o<br />

povo e também <strong>de</strong> si mesmo. As calamida<strong>de</strong>s que ele <strong>de</strong>screve são todas<br />

elas estendida a todo o reino; portanto, não tenho a menor dúvida <strong>de</strong><br />

que ele <strong>de</strong>ve ser entendido como a traçar uma comparação que pu<strong>de</strong>sse<br />

ilustrar o favor <strong>de</strong> Deus, como havia sido mostrado <strong>de</strong> forma tão notável,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o princípio, para seu próprio governo. Com isso em vista, ele <strong>de</strong>plora<br />

as continuadas e pesadas tragédias que haviam caído sobre o povo<br />

<strong>de</strong> Deus sob a administração <strong>de</strong> Saul. É particularmente notável que, embora<br />

encontrasse em seus próprios patrícios seus piores e mais amargos<br />

inimigos, agora que ocupou o trono, ele esquece todas as injúrias que lhe<br />

haviam feito e, pensando somente na situação em que se via envolvido, se<br />

associa com o restante <strong>de</strong>les em sua oração a Deus. A dispersa condição<br />

da nação é tal que ele insiste como sendo a principal calamida<strong>de</strong>. Como<br />

Conseqüência da dispersão das forças <strong>de</strong> Saul, o país jaz completamente<br />

exposto às incursões dos inimigos; ninguém se sentia seguro em sua<br />

própria casa, e nenhum alívio restava senão fuga ou banimento. A seguir<br />

e louvor pela vitória obtida. Hare conjetura que estes três versículos foram aci<strong>de</strong>ntalmente mudados<br />

<strong>de</strong> lugar com o Salmo 85.2, 4. O arcebispo Secker observa que esta conjetura “é ousada,<br />

mas também muito engenhosa e plausível; e esta mudança faria cada Salmo mais consistente, e<br />

concilia muito bem este Salmo com seu título; pois os livros históricos não mencionam nenhum<br />

distúrbio na guerra a que o título faz referência”. Dr. Adam Clarke consi<strong>de</strong>ra esta conjetura bem<br />

fundamentada; mas outros pensam que a aparente discrepância po<strong>de</strong> muito bem ser removida<br />

pelo pressuposto <strong>de</strong> que o Salmo foi escrito <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> algumas das batalhas das quais se faz menção<br />

no título, e que o autor não se restringe àqueles eventos, mas leva em conta uma situação mais<br />

ampla, ao ponto <strong>de</strong> abranger a condição aflitiva tanto <strong>de</strong> Israel quanto <strong>de</strong> Judá durante a última<br />

parte da vida <strong>de</strong> Saul e os primeiros anos do reinado <strong>de</strong> Davi.

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