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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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368 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

ach, a qual traduzi por irmão, é por outros traduzida por alguém;<br />

mas não o aprovo, embora não rejeite absolutamente essa redação.<br />

O salmista acrescenta que ninguém po<strong>de</strong> dar a Deus o preço do<br />

resgate <strong>de</strong> outro, on<strong>de</strong> ele adverte para a verda<strong>de</strong> <strong>de</strong> que a vida<br />

dos homens está absolutamente à disposição <strong>de</strong> Deus, e que jamais<br />

po<strong>de</strong>rá ser extinta ao sabor do <strong>de</strong>sígnio humano fora do período<br />

que Deus já prefixou.<br />

Ele enfoca a mesma lição no versículo que se segue, no qual ele<br />

afirma que a re<strong>de</strong>nção da alma <strong>de</strong>les é preciosa, uma expressão que<br />

não <strong>de</strong>ve ser entendida como implicando meramente que ela é um<br />

evento <strong>de</strong> rara ocorrência, mas que nunca po<strong>de</strong> ocorrer, como em 1<br />

Samuel 3.1, on<strong>de</strong> a palavra do Senhor diz ter sido a mesma preciosa<br />

sob o sacerdócio <strong>de</strong> Eli, quando evi<strong>de</strong>ntemente significa que cessara<br />

totalmente. O salmista assevera que ninguém po<strong>de</strong> esperar adquirir<br />

uma imortalida<strong>de</strong> neste mundo, quer para si ou para outros. Traduzi<br />

o final do versículo 8, e se prolongará para sempre; outros, porém,<br />

que constróem a palavra hebraica, חדל chadal, como um verbo, significando<br />

cessar, traduzem: e cessará para sempre, como se o salmista<br />

quisesse dizer que nenhum preço seria suficientemente gran<strong>de</strong> para<br />

solucionar o problema, e que por isso [a tentativa] <strong>de</strong>ve cessar para<br />

sempre, uma vez que jamais po<strong>de</strong>rá obter o fim <strong>de</strong>sejado. Consi<strong>de</strong>ro o<br />

que tenho apresentado como sendo o significado real da palavra, tendo<br />

já tido ocasião <strong>de</strong> observar no Salmo 34.5 que ela significa o termo fixo<br />

da vida humana. As palavras no versículo 9, Para que viva tranqüilamente<br />

para sempre, expressa mais plenamente a verda<strong>de</strong>, ou seja,<br />

que não é meramente impossível redimir a vida dos homens quando<br />

estão mortos, mas impossível, enquanto estão ainda vivos, esten<strong>de</strong>r<br />

o termo <strong>de</strong> sua existência. Um limite <strong>de</strong>finido foi <strong>de</strong>signado à vida <strong>de</strong><br />

cada pessoa. Deste ela não po<strong>de</strong> passar, e o salmista imprime o fato em<br />

nós como a estampar estultícia na conduta dos ímpios que acalentam<br />

sua infundada confiança mesmo no momento em que se acham à beira<br />

da sepultura. Em tudo isso, é possível que leitor fique perplexo ante<br />

o fato <strong>de</strong> o salmista não ter anunciado nada que mereça ser chamado

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