31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Salmo 45 • 307<br />

8. Todas as tuas vestes recen<strong>de</strong>m a mirra. Quanto à significação<br />

das palavras, não me disponho a discutir em <strong>de</strong>masia, pois entendo<br />

que mesmo os ju<strong>de</strong>us não concordam entre si quanto ao significado do<br />

terceiro elemento, afora o fato <strong>de</strong> que à luz da similarida<strong>de</strong> da pronúncia<br />

po<strong>de</strong> conjeturar-se que <strong>de</strong>nota cássia. É suficiente que entendamos<br />

o profeta como tendo em mente que as vestes do rei são perfumadas<br />

com odores preciosos e <strong>de</strong> fragrância muito suave. Ele <strong>de</strong>screve<br />

Salomão saindo <strong>de</strong> seu palácio <strong>de</strong> marfim entre aclamações <strong>de</strong> alegria<br />

universal. Não explico a palavra ‏,מני minni, fora <strong>de</strong> mim, porque nenhum<br />

significado tolerável se po<strong>de</strong> extrair disto. Eu a traduzo, daqui, 10<br />

e a faço referir-se aos palácios <strong>de</strong> marfim. Não se po<strong>de</strong> justificar os<br />

prazeres supérfluos e em excesso, não só na plebe, mas nem mesmo<br />

nos reis; todavia, por outro lado, necessário se faz guardar-se contra<br />

a austerida<strong>de</strong> em <strong>de</strong>masia, para que não con<strong>de</strong>nemos a mo<strong>de</strong>rada exibição<br />

da excelência que se a<strong>de</strong>qua à sua dignida<strong>de</strong>, ainda quando, um<br />

pouco <strong>de</strong>pois, o profeta <strong>de</strong>screve a rainha suntuosa e regiamente paramentada.<br />

11 Devemos, contudo, ao mesmo tempo, consi<strong>de</strong>rar que tudo<br />

quanto aqui se realça em Salomão não teve a aprovação <strong>de</strong> Deus. Para<br />

10 Calvino, aqui, toma a palavra מני minni, o que tem <strong>de</strong>ixado os comentaristas um tanto perplexos,<br />

em ser a partícula ‏,מן min, fora <strong>de</strong>, com י yod, paragógico, como no Salmo 44.9 e muitos<br />

outros lugares; e supor que o relativo ‏,אשר asher, o qual, pronome este freqüentemente omitido,<br />

<strong>de</strong>ve ser entendido: “fora dos quais palácios te fizeram alegre.” Este é o ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong>fendido<br />

por muitos intérpretes. Outros enten<strong>de</strong>m a palavra ‏,מני minni, como um substantivo (e <strong>de</strong> Jr 51.27<br />

transparece que ‏,מני minni, era o nome próprio <strong>de</strong> um território, o que Bochart mostra como sendo<br />

um distrito da Armênia); e traduzem as palavras assim: “Dos palácios <strong>de</strong> marfim da Armênia<br />

fizeram tua alegria”, te alegram com presentes. Outros pressupõem que ‏,מני minni, é aqui o nome<br />

<strong>de</strong> uma região, Minnaea na Arábia Felix, que era rica em mirra e incenso; e segundo este ponto <strong>de</strong><br />

vista, a cláusula po<strong>de</strong> ser traduzida assim: “Os minnaeitas <strong>de</strong> seus palácios <strong>de</strong> marfim te fazem<br />

alegre”; isto é, vindo a ti <strong>de</strong> seus palácios <strong>de</strong> marfim, te alegraram com presentes. Rosenmüller<br />

pensa com Schmidt, De Wette e Gesenius, <strong>de</strong> que o sentido mais elegante seria produzido se enten<strong>de</strong>rmos<br />

‏,מני minni, como um substantivo plural numa forma um tanto incomum, mas do qual<br />

עמי 19); (2Rs 9.4, כרי 23.8); (2Sm שכשי há vários outros exemplos no Velho Testamento, tais como<br />

(2Sm 22.44; Sl 144.2). “A palavra”, diz ele, “<strong>de</strong> acordo com estes exemplos, aponta para ‏,מנים e significa,<br />

como na Siríaca (Sl 150.4): cordas, instrumentos musicais <strong>de</strong> cordas. O sentido da cláusula<br />

seria: ‘Dos palácios <strong>de</strong> marfim, instrumentos musicais – músicos ou instrumentos musicais – te<br />

fazem alegre.’” – Rosenmüller on the Messianic Psalms, pp. 213-215. – Biblical Cabinet, vol. xxxii.<br />

11 “Comme un peu apres le prophete <strong>de</strong>scrit la Royne ornee somptueusement et magnifiquement.”<br />

– v.f.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!