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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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144 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

significa uma gran<strong>de</strong> multidão <strong>de</strong> homens e às vezes abundância <strong>de</strong><br />

coisas; às vezes, também, um adjetivo plural se junta a um substantivo<br />

singular. Mas os que torcem as palavras <strong>de</strong> Davi para esse sentido,<br />

ou seja, que poucas pessoas justas equivalem mais que uma gran<strong>de</strong><br />

multidão <strong>de</strong> ímpios, 20 claramente <strong>de</strong>strói sua essência e perverte o<br />

significado <strong>de</strong> toda a frase. Tampouco posso aceitar a explicação que<br />

outros têm oferecido, ou seja, que o pouco que o justo possui é melhor<br />

que a gran<strong>de</strong> abundância do ímpio; pois não vejo necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

conectar, contrariando as regras <strong>de</strong> gramática, a palavra ‏,המון hamon,<br />

que <strong>de</strong>nota abundância, com a palavra ‏,רבים rabbim, que significa muitos<br />

ou gran<strong>de</strong>, e não com a palavra ‏,רשעים reshaim, que significa ímpio.<br />

Portanto, não tenho dúvida <strong>de</strong> que Davi, neste ponto, contrasta as<br />

possessões limitadas <strong>de</strong> uma pessoa justa com as riquezas e tesouros<br />

<strong>de</strong> muitos ímpios. A palavra hebraica, ‏,רבים rabbim, contudo, a qual<br />

traduzi por muitos, po<strong>de</strong> também ser tomada com proprieda<strong>de</strong> para<br />

<strong>de</strong>notar pessoas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> autorida<strong>de</strong> e po<strong>de</strong>r. Certamente que não é<br />

difícil enten<strong>de</strong>r que Davi quer dizer que, embora os ímpios se exaltam<br />

neste mundo, e se enriquecem com suas possessões em gran<strong>de</strong> profusão<br />

e confiam em suas riquezas, todavia o pouco que uma pessoa<br />

possui é muito melhor que todos os seus tesouros. Disto apren<strong>de</strong>mos<br />

que Davi está aqui falando, não tanto <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za e riqueza externas,<br />

quanto da bênção secreta <strong>de</strong> Deus que verda<strong>de</strong>iramente enriquece o<br />

justo; pois embora não vivam bem aqui, todavia seu alimento proce<strong>de</strong><br />

do céu como foi com o maná; enquanto que os ímpios vivem sempre<br />

famintos, ou se <strong>de</strong>finham em meio à sua própria abundância.<br />

A isto também pertence a razão por que se acrescenta no próximo<br />

versículo, a saber, que não há nada estável no mundo exceto o<br />

fato <strong>de</strong> po<strong>de</strong>rmos ser sustentados pelo po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Deus; mas somos<br />

abundância ou acúmulo <strong>de</strong> riquezas ou <strong>de</strong> alguma outra coisa.” A Septuaginta a traduz por riquezas.<br />

A palavra mamom <strong>de</strong>riva-se <strong>de</strong>sta palavra hebraica.<br />

20 Este é o ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong>fendido por Fry, que traduz as palavras assim:<br />

“Melhor é que haja apenas um justo,<br />

Do que a gran<strong>de</strong> multidão dos ímpios.”<br />

Por apenas um justo e subenten<strong>de</strong> Crist.

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