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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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338 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

se<strong>de</strong> em Jerusalém; e foi daí que emanou a doutrina do evangelho, pelo<br />

qual ele manteve sob seu domínio todos os povos. Po<strong>de</strong>mos, contudo,<br />

mui apropriadamente tomar a expressão como uma indicação do<br />

céu; e assim o sentido será: Deus, ao esten<strong>de</strong>r sua mão para dominar<br />

os homens e trazê-los em submissão à sua autorida<strong>de</strong>, evi<strong>de</strong>ntemente<br />

mostra que, do seu trono celestial, ele reina sobre os homens. A menos<br />

que revele aos homens seu po<strong>de</strong>r e opere por meio <strong>de</strong> sinais manifestos<br />

e à mão, ele não será reconhecido como Governante do mundo.<br />

9. Os príncipes dos povos se reúnem. O salmista enriquece e<br />

amplia, usando várias expressões, a frase prece<strong>de</strong>nte. Ele novamente<br />

<strong>de</strong>clara que a forma pela qual Deus obteve domínio sobre os gentios<br />

foi esta: os que antes eram alienados se uniram aos ju<strong>de</strong>us na adoção<br />

da mesma fé; e assim diferentes nações, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a condição <strong>de</strong> miserável<br />

dispersão, foram reunidas num só corpo. Quando a doutrina do<br />

evangelho se manifestou e foi proclamada, ela não removeu os ju<strong>de</strong>us<br />

do pacto que Deus <strong>de</strong>s<strong>de</strong> muito fizera com eles. Ao contrário disso,<br />

nos uniu a eles. Visto, pois, a vocação dos gentios não ser outra coisa<br />

senão o meio pelo qual foram enxertados e incorporados na família <strong>de</strong><br />

Abraão, o profeta com razão <strong>de</strong>clara que os estrangeiros e estranhos,<br />

<strong>de</strong> todas as direções, se uniram ao povo eleito, para que, por meio <strong>de</strong><br />

tal incremento, o reino <strong>de</strong> Deus se esten<strong>de</strong>sse por todos os quadrantes<br />

do globo. É por essa conta que Paulo diz [Ef 3.6] que os gentios foram<br />

feitos um só corpo com os ju<strong>de</strong>us, para que pu<strong>de</strong>ssem tornar-se participantes<br />

da herança eterna. Pela abolição das cerimônias da economia<br />

judaica, “a pare<strong>de</strong> <strong>de</strong> separação”, que separava os ju<strong>de</strong>us dos gentios,<br />

é agora removida [Ef 2.14]. Não obstante, permanece verda<strong>de</strong>iro que<br />

não somos contados entre os filhos <strong>de</strong> Deus enquanto não formos enxertados<br />

na família <strong>de</strong> Abraão. O profeta não se refere meramente ao<br />

povo comum; ele também nos diz que os próprios príncipes consi<strong>de</strong>rarão<br />

como o ápice <strong>de</strong> sua felicida<strong>de</strong> o fato <strong>de</strong> se tornarem um só corpo<br />

com os ju<strong>de</strong>us; como veremos noutro Salmo [87.5]: “E <strong>de</strong> Sião se dirá:<br />

Este e aquele homem nasceram nela.” Além do mais, diz-se que esta<br />

união será com o povo do Deus <strong>de</strong> Abraão, com vistas a ensinar-nos

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