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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 65 • 597<br />

do verbo ‏,שוק shuk, no sentido <strong>de</strong> <strong>de</strong>sejar; e é neste sentido que Deus<br />

visita a terra <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> se tornar seca e se<strong>de</strong>nta pela longa estiagem. 13<br />

Outros o <strong>de</strong>rivam do verbo ‏,שקה shakah, significando dar a beber. Esta<br />

parece ser a interpretação mais provável – Tu visitas a terra, regando-a.<br />

Ela se acomoda melhor à conexão, pois segue-se: tu a enriqueces fartamente,<br />

expressão esta obviamente adicionada à guisa <strong>de</strong> ampliação.<br />

Quer o salmista fale só da Judéia, quer do mundo conjuntamente, é um<br />

ponto acerca do qual têm-se sustentado diferentes opiniões. Eu mesmo<br />

inclino-me a pensar que, embora o que ele diz se aplique à terra em<br />

termos gerais, sua referência mais especificamente é à Judéia, como a<br />

primeira parte do Salmo se ocupa, relatando a bonda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus mais<br />

especialmente para com sua própria Igreja. Este ponto <strong>de</strong> vista é confirmado<br />

pelo que se adiciona: o manancial ou rio <strong>de</strong> Deus está cheio<br />

<strong>de</strong> água. Alguns tomam o rio <strong>de</strong> Deus no sentido <strong>de</strong> um rio maior ou<br />

mais volumoso, 14 mas tal tradução é abrupta e muito tacanha; e, nesse<br />

pressuposto, rios, no plural, teria sido a forma <strong>de</strong> expressão usada.<br />

Consi<strong>de</strong>ro que ele <strong>de</strong>staca o pequeno ribeiro <strong>de</strong> Siloah 15 e o põe em<br />

oposição aos rios naturais que enriquecem outros países, tendo em<br />

mente uma alusão à palavra <strong>de</strong> Moisés [Dt 11.10], <strong>de</strong> que a terra que o<br />

Senhor seu Deus daria a seu povo não seria como a terra do Egito, fertilizada<br />

pelas inundações do Nilo, mas uma terra regada pelas chuvas<br />

do céu. Ou po<strong>de</strong>mos presumir que ele chame metaforicamente a própria<br />

chuva <strong>de</strong> o rio <strong>de</strong> Deus. 16 As palavras <strong>de</strong>vem, em qualquer caso,<br />

13 Este é o sentido preferido por Aben Ezra e Kimchi. Tu tens visitado com misericórdia; isto<br />

é, abençoado a terra, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> a tornares seca ou se<strong>de</strong>nta; tu a tens (ou a fizeste) enriquecido<br />

gran<strong>de</strong>mente; isto é, o mesmo Deus que tem castigado e provocado se<strong>de</strong>, novamente voltou com<br />

misericórdia, enriquecendo a terra e restaurando-lhe a fartura. Assim se <strong>de</strong>u <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> três anos<br />

<strong>de</strong> fome, como registrado em 2 Samuel 21.1. Mas as versões Septuaginta, Arábica, Caldaica e Siríaca<br />

interpretam as palavras no sentido <strong>de</strong> regar.<br />

14 Alguns pensam que a referência é ao transbordar do Jordão <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> longo estio.<br />

15 Este rio corria por Jerusalém, a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus. O bispo Hare, seguindo Simeão <strong>de</strong> Muis, é<br />

<strong>de</strong> opinião que este é o rio pretendido.<br />

16 “O manancial <strong>de</strong> Deus; isto é, copiosa chuva, segundo o idioma oriental.” – Dr. Ged<strong>de</strong>s. E<br />

sem pressupor este hebraísmo, os tesouros <strong>de</strong> água que <strong>de</strong>scem das nuvens po<strong>de</strong>m, com gran<strong>de</strong><br />

beleza poética, ser <strong>de</strong>nominados o rio <strong>de</strong> Deus. Ele os junta ali pelo maravilhoso processo <strong>de</strong><br />

evaporação, e os <strong>de</strong>rrama. Estão inteiramente em suas mãos e absolutamente fora do controle

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