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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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570 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

Tampouco <strong>de</strong>vemos presumir que a Ceia do Senhor, bem como outros<br />

meios <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver nosso bem-estar espiritual, foram subtraídos <strong>de</strong><br />

nós pelo exercício <strong>de</strong> um po<strong>de</strong>r tirânico, chegando à conclusão que nossa<br />

mente <strong>de</strong>va <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> ocupar-se com a contemplação <strong>de</strong> Deus. A expressão,<br />

Portanto tenho contemplado para ver etc., indica a ansieda<strong>de</strong> com que<br />

ele estava concentrado no objeto, direcionando toda sua meditação para<br />

ele, para que pu<strong>de</strong>sse ver o po<strong>de</strong>r e a glória <strong>de</strong> Deus, dos quais havia um<br />

reflexo no santuário.<br />

3. Porque a tua misericórdia é melhor que a vida. Não faço objeção<br />

à leitura do versículo conectada nesta forma, embora creia eu que a<br />

primeira cláusula fosse melhor separada e absorvida pelo versículo prece<strong>de</strong>nte.<br />

Tudo indica que Davi está apresentando a razão <strong>de</strong> sua serieda<strong>de</strong><br />

em <strong>de</strong>sejar a Deus. Pelo termo, vida, <strong>de</strong>ve-se enten<strong>de</strong>r, em termos gerais,<br />

tudo quanto os homens usam para sua própria manutenção e <strong>de</strong>fesa.<br />

Quando nos vemos bem supridos, não nutrimos disposição em recorrer<br />

à misericórdia divina. Essa existência (por assim dizer) que é propriamente<br />

nossa nos impe<strong>de</strong> <strong>de</strong> percebermos que vivemos pela mera graça <strong>de</strong><br />

Deus. 5 Uma vez que somos <strong>de</strong>masiadamente inclinados a confiar em auxílios<br />

<strong>de</strong> natureza carnal, bem como a olvidar a Deus, o salmista, neste<br />

ponto, afirma que <strong>de</strong>vemos escudar-nos mais na divina misericórdia, em<br />

face da morte, do que naquilo a que nos dispomos <strong>de</strong>nominar, ou no que<br />

parece ser, a vida. Tem-se apresentado outra interpretação das palavras<br />

<strong>de</strong>ste versículo, a qual, porém, é por <strong>de</strong>mais pobre e frágil, a saber: Que<br />

a misericórdia divina é melhor que a própria vida; ou, noutros termos,<br />

que o divino favor é preferível a todas as <strong>de</strong>mais possessões. A oposição,<br />

porém, é evi<strong>de</strong>ntemente entre aquele estado <strong>de</strong> obscura prosperida<strong>de</strong>,<br />

no qual os homens são por <strong>de</strong>mais aptos a repousar com complacência,<br />

e a misericórdia divina, a qual é o esteio <strong>de</strong> tudo quanto se <strong>de</strong>teriora e<br />

perece, e a qual é o único antídoto para suprir (se porventura é possível<br />

usar-se tal expressão) todas as <strong>de</strong>ficiências.<br />

5 “Denique nostrum esse, ut ita loquar, perstringit nobis oculos, ne cernamus sola Dei gratia<br />

nos subsistere.” – v.l. “Brief, notre Etre, si ainsi faut parler, nous eblouit les yeux, tellement que<br />

nous ne voyons pas que c’est par la seule grace <strong>de</strong> Dieu que nous subsistons.” – v.f.

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