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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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618 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

esperança. 4 Pelo termo, caminho <strong>de</strong> Deus, se quer dizer seu pacto, o<br />

qual é a fonte don<strong>de</strong> emana a salvação e pelo qual ele se manifestou<br />

no caráter <strong>de</strong> Pai a seu antigo povo, e mais tar<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma forma muito<br />

mais clara no evangelho, quando o Espírito <strong>de</strong> adoção foi <strong>de</strong>rramado<br />

em gran<strong>de</strong> profusão. 5 Por conseguinte, nos <strong>de</strong>paramos com o próprio<br />

Cristo dizendo: “Esta é a vida eterna: que te conheçam como o único<br />

Deus verda<strong>de</strong>iro” [Jo 17.3].<br />

3. Louvem-te os povos, ó Deus! Havendo falado <strong>de</strong> todas as nações<br />

participando do conhecimento salvífico <strong>de</strong> Deus, ele passa a dizer-nos<br />

que elas proclamariam sua benevolência, e as compele ao exercício da<br />

gratidão. O emprego da reiteração claramente mostra, por si mesma,<br />

que ele está fazendo menção <strong>de</strong> um evento <strong>de</strong> um tipo novo e sem<br />

prece<strong>de</strong>nte. Houvera a alusão sido a alguma manifestação <strong>de</strong> seu favor<br />

como a ordinariamente feita aos ju<strong>de</strong>us, e não haveria lançado mão da<br />

mesma veemência <strong>de</strong> expressão. Primeiro, ele diz: Louvem-te os povos;<br />

em seguida, acrescenta: Louvem-te os povos todos. Depois ele repete a<br />

exclamação mais uma vez. Mas ele faz uma menção oportuna entre o<br />

júbilo e a ocasião <strong>de</strong>le, visto ser impossível po<strong>de</strong>rmos louvar a Deus<br />

corretamente, a menos que nossas mentes estejam tranqüilas e sejam<br />

joviais; a menos que, como pessoas reconciliadas com Deus, sejamos<br />

animados com a esperança <strong>de</strong> salvação, e “a paz <strong>de</strong> Deus que exce<strong>de</strong><br />

a todo e qualquer entendimento” reine em nossos corações [Fp 4.7].<br />

A causa assinalada para a alegria por si só aponta claramente para<br />

o evento da vocação dos gentios. A referência não é àquele governo<br />

<strong>de</strong> Deus que em sua natureza é geral, mas àquela jurisdição especial<br />

e espiritual que ele exerce sobre a Igreja, na qual não se po<strong>de</strong> dizer<br />

propriamente que ele governa <strong>de</strong> outra maneira senão quando ele tem<br />

4 “A fin que par la clarté d’icelle les Gentils soyent amenez à la participation <strong>de</strong> la mesme<br />

esperance.” – v.f.<br />

5 “A petição aqui oferecida é para que o evangelho <strong>de</strong> Deus, o ‘caminho’ <strong>de</strong> Deus, fosse universalmente<br />

difundido – oração esta que ainda não se concretizou, mas que caminha para sua consolidação.<br />

A menção <strong>de</strong> nações e povos é para que a todos eles se notifique que o tempo, o qual<br />

é o objeto da súplica, é o tempo em que Deus não mais será o Deus dos ju<strong>de</strong>us, mas igualmente<br />

dos gentios.” – Walford.

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